Ritta Tristany em entrevista à Tunet Rádio
Escrito por Daniela Azevedo em 05/05/2025
Ritta Tristany é uma cantora e compositora portuguesa conhecida pelo seu estilo único, que mistura influências da pop, soul e música tradicional portuguesa.
Ritta tem construído uma carreira sólida, lançando músicas originais e cativando o público com sua energia e autenticidade. O novo single, ‘Vira do Avesso’, promete continuar essa trajetória de sucesso, como acreditamos depois desta entrevista à Tunet Rádio.
Daniela Azevedo – Ritta, o que te inspirou a criar ‘Vira do Avesso’? Há alguma história pessoal ou mensagem específica que quiseste transmitir com essa música?
Ritta Tristany – Quando compus este tema, inspirei-me na musica tradicional portuguesa, Alentejo, Algarve (as minhas origens), nas cantilenas populares, na liberdade de estar com a natureza, saboreando a pureza da água da fonte e dançar no meio da rua sem me importar do que possam pensar… e inspirei-me um pouco na falta de jeito que eu tenho para dançar acompanhada… tenho dois pés esquerdos, como se costuma dizer… eu é que piso o pé de quem dança comigo e o viro do avesso…
DA – Como foi o processo de composição e produção dessa música? Trabalhaste com alguém específico ou houve algum desafio particular durante a criação?
RT – Tive a ajuda do Jorge Silva (pianista/baixista) que me construiu o beat com as especificações que eu lhe pedi e eu construí a melodia e a letra ao mesmo tempo. Foi fluído. A produção deste e de todos os temas deste álbum foi a cargo do Firmino Pascoal, meu eterno companheiro na vida e na música, do Jorge Silva e do Pedro Cardoso (DJ NK). As guitarras são do músico Vitor Carvalho. A ideia da forma como termina o tema é do Firmino que, quando estava a gravar os coros se lembrou de colar um pedaço do tema popular ‘Ribeira Vai Cheia’ e que, resultou muito bem. Há uma parte dos coros em que o Firmino nos transporta também para a música africana, que resultou muito bem, também.
DA – Quais são as tuas maiores influências musicais e como elas se refletem no teu trabalho atual?
RT – A musica tradicional portuguesa, que na minha opinião, deveria ser ensinada nas escolas, são raízes preciosas. E poder misturá-la com outros estilos considero muito interessante. A bossa nova, não é o caso deste tema, mas há sempre um pouco de bossa nos meus trabalhos. Jazz, blues, África por influencia familiar, música dos paises lusófonos em geral.
DA – Além de ‘Vira do Avesso’, o que os teus fãs podem esperar para o futuro? Estás a trabalhar num álbum ou tens mais surpresas a caminho?
RT – Para já estou focada neste meu álbum “Liberdade” (onde o ‘Vira do Avesso’ faz parte), fazendo sair nas plataformas digitais um single por mês (o tema de que falamos, o ‘Vira do Avesso’, já é o sexto tema que sai nas plataformas digitais), seguem-se os dois últimos temas, estes com videoclipe, ‘Malhão’ e ‘As cores que a vida tem’ e dia 29 de março saiu o álbum completo em suporte físico. O lançamento foi nesse dia no Chá da Barra Villa em Oeiras. No mesmo espaço tenho uma esposição de pintura, quadros que pintei ouvindo os temas do meu álbum para me inspirar na temática, musicas de relaxamento que me dão paz e os temas da minha cantora preferida – Monica Salmazo (uma grande inspiração para mim). Mais surpresas… algumas participações em peças de teatro para crianças e, claro, continuar paralelamente com o meu projeto de “cantadora de estórias”… Quanto a um próximo álbum… nunca se sabe… enquanto eu for viva… e espero sê-lo por muito tempo ainda… mas vamos com calma…
DA – Tens falado muito sobre transformar o que de menos bom existe dentro de nós em algo belo. Como é que a arte – seja a música, a pintura ou a escrita – te ajuda nesse processo de transformação pessoal e como esperas que isso influencie quem te ouve ou vê o teu trabalho?
RT – A música, a pintura, o amor que tenho pela minha família (que ocupa uma parte gigante no meu coração) e pelos meus amigos que amo também, fazem sentir-me um ser abençoado. Só essas flores no meu jardim me fazem conseguir transmutar os espinhos que poderão sugir (e surgem, como a toda a gente) no meu caminho. E nesses momentos, quando me sinto triste e insegura ou quando algo me chateou a sério, como injustiças, eu entro “na bolha” e começo a escrever, a compor e a pintar… e esqueço-me do tempo… sinto-me livre… e isso transforma o que existe cá dentro em algo de belo. Algo que nasce e cresce na liberdade de SER… se a energia que eu produzir nesses momentos se espalhar pelo meu mundo circundante, já sou uma pessoa feliz.