Sónar Lisboa regressa de hoje a domingo
Escrito por TunetRádio em 11/04/2025
Sónar Lisboa celebra a quarta edição de 11 a 13 de abril, com um fim de semana “preenchido de concertos e DJ sets onde se pode desfrutar de um programa artístico único, focado em comemorar o presente e descobrir o futuro da música de dança”, avança a organização.
O cartaz do Sónar Lisboa 2025 é liderado por figuras “maiores” no SonarClub by Heineken como The Blaze, Modeselektor, Underworld, Nina Kraviz, Richie Hawtin DEX EFX X0X, Jeff Mills, Jennifer Cardini e os novos espetáculos ‘EXHIBIT’ de Anetha, ‘My Own Shadow’ de Marcel Dettmann e ‘Lattice 3D/AV’ de Max Cooper.
O festival também terá três ‘takeovers’, a cargo das editoras e dos coletivos Príncipe x TraTraTrax, Dengo Club e Enchufada, que ligará o “vibrante underground de Lisboa com cenas de todo o mundo. Entre as principais figuras, destacam-se Lua de Santana, DJ Firmeza b2b Nick León, Mu540, San Farafina, Bitter Babe, Pedro da Linha e DJ Lycox“.
O Sónar Lisboa 2025 combina artistas emergentes com nomes firmados de todo o mundo. KI/KI, Héctor Oaks, Or:la, Gabber Eleganza com ‘The Hakke Show’, ISAbella, Clementaum, Dee Diggs, BASHKKA b2b Ogazón, JASSS, Valesuchi b2b RHR, NOIA e Josh Caffé são alguns dos nomes em destaque.
Como é habitual, o Sónar permite viver dois festivais num só: Sónar by Day (sábado 12 de abril e domingo 13 de abril) e Sónar by Night (sexta-feira 11 de abril e sábado 12 de abril).
Ambos acontecem no coração de Lisboa, com acesso fácil através de transportes públicos, paredes meias com os cenários verdes do Parque Eduardo VII e o interior do Pavilhão Carlos Lopes. Este edifício, originalmente concebido há um século como Pavilhão das Indústrias Portuguesas para a Exposição Internacional do Rio de Janeiro, foi posteriormente transferido para Lisboa, onde hoje é reconhecido como património cultural e um dos locais mais emblemáticos da cidade.
O Sónar by Day conta com três palcos (um interior, SonarClub by Heineken, e dois exteriores, SonarVillage e SonarPark), proporcionando ao público um ambiente “confortável e descontraído, onde poderá desfrutar de uma ampla e diversificada gama de sons e formatos que refletem a realidade atual do panorama musical e cultural lisboeta e internacional”.
Já o Sónar by Night oferecerá uma experiência de clube completa no SonarClub by Heineken, permitindo ao público “explorar uma programação sonora e visual transgressora, com artistas que ligam a cultura clubbing contemporânea ao futuro”.
O Sónar+D expande-se além da música para “explorar os territórios partilhados entre as indústrias criativas, a inovação e a tecnologia”.
A dupla francesa The Blaze alcançou o estrelato global na última década. O seu segundo álbum, “Jungle”, cimentou a sua reputação pelo seu som eletrónico cinematográfico e emocional, propondo música dançante de qualidade fotográfica. Esta será a sua segunda presença no Sónar Lisboa, onde apresentarão um DJ set que explora o seu universo musical único e enigmático, bem como as suas profundas influências.
Por sua vez, a dupla britânica Underworld ressuscitou como ninguém a cultura rave para o grande público. Através de Trainspotting, “Born Slippy” tornou-se um hino para uma geração inteira. Este ano — que marca o 30.º aniversário do seu icónico terceiro álbum de estúdio, “Dubnobasswithmyheadman” — regressam ao festival com “Strawberry Hotel”, um novo álbum cheio de frescura que capta a euforia e a energia dos seus espetáculos ao vivo.
Na mesma linha de exploração sonora, o mais recente projeto ao vivo de Richie Hawtin, “DEX EFX X0X”, estreado no Sónar 2024 em Barcelona, serve ao canadiano para olhar para trás e ganhar impulso para o futuro. Em vez de ecrãs gigantes e efeitos visuais elaborados, o pioneiro do techno minimalista opta por um design envolvente e iluminação imersiva, criando um espetáculo que transporta a atmosfera dos clubes underground para o grande palco.
Por fim, Jeff Mills é um dos ícones mais relevantes da história da música techno e um dos melhores DJs de todos os tempos. Desde que observou pela primeira vez as estrelas de Detroit, nos anos 80, a sua música sempre procurou ir além do plano terrestre, inspirando-se nas viagens espaciais e na ficção científica. Figura fundamental na história do Sónar, chega agora, pela primeira vez, ao Sónar Lisboa.
O Sónar Lisboa 2025 também coloca em destaque a emocionante e radical cena lisboeta com três takeovers a cargo de selos e coletivos locais: Dengo Club, Enchufada e Príncipe x TraTraTrax.
Príncipe, editora pioneira em Lisboa, há quase 15 anos que leva a batida – um estilo inovador de música electrónica que surgiu nos subúrbios da cidade -, aos ouvidos do grande público de todo o mundo. Unirá forças com uma das marcas mais vanguardistas do planeta, a colombiana TraTraTrax, para oferecer uma amostra de música de dança poliglota e ritmicamente diversa. DJ Narciso e DJ Lycox, o último radicado em Paris, representará a editora portuguesa e partilhará o palco com o popular artista colombiana Bitter Babe e o cofundador da TraTraTrax, DJ Lomalinda. Tudo isto, diante de uma das estrelas emergentes mais brilhantes da Príncipe, DJ Firmeza, back-to-back com Nick León, cujo hino “Xtasis” (em colaboração com o pioneiro venezuelano do raptor house, DJ Babatar) ajudou a catapultar a TraTraTrax para os palcos globais em 2022.
Enchufada, a editora co-fundada por Branko, antigo produtor dos Buraka Som Sistema, regressa ao Sónar Lisboa com um takeover cheio de estilos originários de África, Brasil e Portugal. É liderada pelo promissor artista brasileiro Mu540, que funde baile funk com grime, trap, funk e house do Reino Unido, e o produtor anglo-ganês Hagan, cujos DJs exploram sua herança mista através do highlife, do funky britânico e do afro house com um toque de jazz. Um emocionante direto da cantora Rita Vian irá fundir o fado tradicional com influências do r&b e do rap. E os DJs Pedro da Linha, atual portador do electro-kuduro, e Quant, um jovem produtor luso-brasileiro de tech house, completam a proposta.
Dengo Club é um dos mais importantes coletivos LGTBIQA+ de Lisboa, com eventos que combinam artistas locais queer e POC com os melhores DJs negros e latinos e atuações ao vivo do underground global: baile funk, afro house e muito mais. No Sónar Lisboa 2025, os residentes Saint Caboclo e Banu a que se junta San Farafina, de Toronto, figura-chave do coletivo afro diaspórico “pós-fronteiriço” moonshine.mu, além da performance ao vivo da emergente artista galego-brasileira (e recente colaboradora de Nathy Peluso) Lua de Santana.
No festival, irão desenvolver-se ligações avançadas entre o underground local e global no lineup. O dance funk ultrarrápido e o Jersey club do fenómeno brasileiro Clementaum juntam-se aos bass & breaks inspirados no hip hop e no baile funk de Maki. Também será fácil conectar-se com a fusão de techno tribal e “speed dembow” da dupla parisiense Amor Satyr & Siu Mata, bem como com os sets de jungle e hardcore a 160 bpm do promissor DJ portuense NOIA.
A partir da sua residência no Brasil, a artista de origem chilena Valesuchi ajudou a estabelecer as bases para a atual vaga de sons latinos nos clubes. No Sónar Lisboa, irá juntar-se a RHR num set eletrizante de música club percussiva e decididamente internacional, com o baixo como protagonista. King Kami regressa ao festival para, juntamente com o artista visual João Parente, apresentar um espetáculo audiovisual que homenageia a cidade brasileira de João Pessoa, onde ambos viveram. O mago dos sintetizadores Molero dará continuidade aos seus últimos lançamentos pela editora experimental lisboeta Holuzam com um espetáculo ao vivo onírico e evocador.
Como em todas as edições, o Sónar Lisboa partilha artistas com o seu “irmão mais velho” de Barcelona. O aclamado compositor eletrónico Max Cooper foi um dos primeiros nomes confirmados para o Sónar 2025; Lisboa poderá ver, em estreia, o seu novo espetáculo ao vivo ‘Lattice 3D/AV’, recheado de novidades no seu arsenal audiovisual, antes de o levar a Barcelona em junho. A par de DEX EFX X0X de Richie Hawtin, ‘The Hakke Show’ de Gabber Eleganza foi um dos destaques do Sónar 2024. Esta enérgica homenagem à subcultura gabber holandesa, com hakke e bailarinos hardcore, chega também a Lisboa por estes dias.
Este ano, o festival dá ainda destaque a artistas que estão a renovar os sons da dance music clássica. KI/KI atingiu o estrelato nos últimos dois anos, liderando uma nova geração de artistas de trance. Héctor Oaks, ícone do underground espanhol, assina sessões implacáveis de techno, ghetto house e electro em vinil. O seu compatriota JASSS leva os sons da rave para o futuro com os seus sets sofisticados e vanguardistas. Or:la liga a bass music e o techno como só uma DJ britânica sabe fazer, enquanto a artista multidisciplinar americana Juliana Huxtable — elogiada pela sua poesia e artes visuais — mistura warehouse techno de Brooklyn com samples de hip hop e hiperpop. Já DJ Caring (diretora da Outer Agency) e Dexter (programador do Lux Frágil), figuras intimamente ligadas à cena local, apresentam uma visão partilhada de um techno que olha para o futuro, em vez de para o passado.
A house music terá sempre um lugar no Sónar Lisboa, e este ano não será exceção. De Barcelona chega ISAbella, fundadora do coletivo FLINTA queer MARICXS, trazendo na mala uma seleção eufórica de house, techno e trance. Josh Caffé, um dos pilares da cena house londrina, promete um espetáculo ao vivo lúdico e sensual. A seletora do Brooklyn Dee Diggs celebra a herança negra e queer do género nos seus sets emocionantes, enquanto BASHKKA b2b Ogazón marcará a primeira vez que dois dos novos talentos do underground atuam juntos.
Telma, DJ local em ascensão, graças à sua mistura de house e techno com um apelo internacional evidente. A lisboeta Maria Callapez especializa-se em techno atmosférico com um toque experimental, representando o vibrante deep techno português. O DJ de origem síria Zeynep, uma das artistas emergentes de Berlim, traz um som discreto e elegante, que complementa na perfeição a seleção de house e disco de Sheri Vari, que atuará ao lado de Kemetic, devoto lisboeta do hi-NRG.
O Sonar+D também regressa a Lisboa no próximo mês de abril, para ir além da música e explorar os espaços partilhados entre as indústrias criativas, a inovação e a tecnologia com três masterclasses – de artistas digitais Boldtron, a dupla de artistas visuais Hamill Industries e a curadora Kaitlyn Davies, juntamente com o tecnólogo criativo Brian Wong – na Casa do Lago do Parque Eduardo VII, na tarde de sexta-feira 11 de abril.
O Sónar Lisboa vai inaugurar mais uma vez a digressão internacional do Sónar este ano e, depois, continuará o seu caminho para levar o melhor da música eletrónica para Istambul nos dias 9 e 10 de maio, para a sua 9ª edição na cidade turca, antes da 32ª edição do Sónar em Barcelona, nos dias 12, 13 e 14 de junho.
Desde a sua primeira edição em 1994, o Sónar tem refletido com os seus festivais em Barcelona e em todo o mundo a evolução e expansão da música e da cultura digital e eletrónica. Ano após ano, o Sónar torna-se o epicentro da música e das artes de vanguarda e reúne públicos, artistas e profissionais de todo o mundo, atraídos pela inovação em conteúdos e formatos nos seus múltiplos palcos e espaços.
O Sónar Lisboa nasceu em 2022 depois de detetar a rica cena musical e a efervescente comunidade cultural lisboeta, que colocaram a cidade como uma referência na música eletrónica global. O Sónar Lisboa é um grande orador desta realidade, mostrando ao mundo o melhor da capital portuguesa e trazendo até ele o que há de melhor no panorama musical internacional. O festival materializa assim todos os anos a ligação e o intercâmbio cultural entre Lisboa, Barcelona e o mundo.
Ao longo de três décadas, o Sónar já realizou mais de 100 festivais em 35 cidades de 23 países, espalhados por quatro continentes.
Londres (2002-2005/2009-2011) / Neuchatel (2002) / Hamburgo (2002-2006) / Tóquio (2002, 2004, 2006, 2011-2013) / Roma (2003) / São Paulo (2004, 2012 e 2015) / Lyon (2004) / Guadalajara (2004) / Buenos Aires (2006, 2015-2018) / Seul (2006) / Frankfurt (2007) / Washington (2009) / New York (2009) / La Coruña (2010-2011) / Chicago (2010 e 2012) / Cidade do Cabo (2012 e 2014) / Toronto (2012) / Denver (2012) / Oakland (2012) / Boston (2012) / Montreal (2012) / Los Angeles (2012) / Osaka (2013) / Joanesburgo (2014) / Reykjavík (2013-2018) / Copenhague (2015) / Estocolmo (2014-2016) / Santiago do Chile (2015) / Bogotá (2015-2018) / Hong Kong (2017-2019) / Cidade do México (2018 e 2019) / Atenas (2019) / Istambul (2017-2025) / Lisboa (2022-2025).
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PROGRAMAÇÃO DO SÓNAR LISBOA 2025
Sexta-feira, 11 de abril
Sónar by Night | das 20:30h às 06h
JASSS | Jennifer Cardini | Modeselektor DJ set | Richie Hawtin DEX EFX X0X | Telma | Zeynep
Voices of Sónar+D by ME by Meliá | das 15h às 18:30h
‘Mapping Sonic Scenes’ with Kaitlyn Davies and Brian Wong | ‘Creativity and AI’ with Boldtron | ‘Crafting visuals in a workshop’ with Hamill Industries
Sábado 12 de abril
Sónar by Day | das 13:30h às 22h
Dee Diggs | Gabber Eleganza presents ‘The Hakke Show’ | Josh Caffé live | KI/KI | King Kami & João Parente AV | Maria Callapez | Or:la | Underworld
Dengo Club present: Banu | Lua de Santana | Saint Caboclo | San Farafina
Príncipe x TraTraTrax present: Bitter Babe | DJ Firmeza b2b Nick León | DJ Lomalinda | DJ Lycox | DJ Narciso
Sónar by Night | das 23h às 06h
Anetha presents ‘EXHIBIT’ | DJ Caring b2b Dexter | Héctor Oaks | Marcel Dettmann presents ‘My Own Shadow’ live | Nina Kraviz (na fotografia de capa, por FREDGASI)
Domingo 13 de abril
Sónar by Day | das 13:30h às 02h
Amor Satyr & Siu Mata | BASHKKA b2b Ogazón | The Blaze DJ set | Clementaum | ISAbella | Jeff Mills | Juliana Huxtable | Maki | Max Cooper presents ‘Lattice 3D/AV’ | Molero | NOIA | Sheri Vari b2b Kemetic | Valesuchi b2b RHR
Enchufada present: Hagan | Mu540 | Pedro da Linha | Quant | Rita Vian
Opnião dos Leitores
Comentários estão fechados.
António Gomes Pedro Em 11/04/2025 em 08:05
Mais um excelente artigo/divulgação da TunetRadio, sempre em cima do acontecimento!