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Beyoncé e Kendrick Lammar vencem principais Grammys

Escrito por em 03/02/2025

Beyoncé ganhou o Grammy para o álbum do ano, pela primeira vez na carreira, por “Cowboy Carter”, anunciou a Recording Academy durante a 67.ª edição dos prémios, realizada em Los Angeles.

Este Grammy faz de Beyoncé a primeira mulher negra em 26 anos a ganhar nesta categoria desde Lauryn Hill em 1999 e a sétima artista a ganhar o prémio para um álbum “country”. Nomeados para o galardão máximo atribuído pela Recording Academy estavam André 3000 (“New Blue Sun”), Sabrina Carpenter (“Short n’ Sweet”), Charli xcx (“Brat”), Jacob Collier (“Djesse Vol. 4”), Taylor Swift (“The Tortured Poets Department”), Chappell Roan (“The Rise And Fall Of A Midwest Princess”) e Billie Eilish (“Hit Me Hard and Soft”).

“Cowboy Carter”, o oitavo álbum da carreira de Beyoncé, é o ‘segundo ato’ de “Renaissance”, lançado em 2022. Além de Beyoncé, que contava com 11 nomeações, número que eleva para 99 o total na carreira e faz dela a artista com o maior número de nomeações da história, Kendrick Lamar, com os Grammys para a canção e o disco do ano por “Not Like Us”, Shakira, Billie Eilish, Chappell Roan, Doechii, Sabrina Carpenter e Charli xcx pontuaram entre as estrelas da noite, que contou com a presença de Will Smith, Stevie Wonder e Janelle Monáe, numa homenagem ao produtor Quincy Jones.

A cerimónia, conduzida pelo comediante Trevor Noah pela quinta vez consecutiva, foi recheada de recados políticos dirigidos à nova administração norte-americana em Washington e marcada pela memória recente de três semanas de incêndios devastadores na Califórnia.

Shakira dedicou o Grammy para melhor álbum pop latino “Las mujeres ya no lloran”, o 12.º álbum de estúdio, à comunidade imigrante nos Estados Unidos, que Donald Trump trouxe novamente para as manchetes em todo o mundo.

“Quero dedicar este prémio a todos os meus irmãos e irmãs imigrantes deste país. Vocês são amados, vocês valem a pena e eu lutarei sempre convosco e com todas as mulheres que trabalham arduamente todos os dias para fazer avançar as suas famílias”, disse a cantora.

A surpresa da noite foi o cantor californiano Kendrick Lamar, o artista com mais prémios na 67.ª edição dos Grammy Awards, ao receber cinco distinções da Recording Academy, com a canção “Not Like Us” em duas das principais categorias, disco do ano e canção do ano, e melhor interpretação rap, melhor canção rap e melhor vídeo musical.

No discurso, Kendrick Lamar lembrou os incêndios na Califórnia e, em particular, os locais do condado de Los Angeles, que considerou “um verdadeiro testemunho” de que a cidade continuará a ser restaurada coletivamente. Fez também uma alusão à ameaça de Donald Trump de condicionar as ajudas federais à recuperação das áreas atingidas no estado democrata.

Lady Gaga e Bruno Mars também homenagearam as vítimas dos incêndios ao interpretarem “California Dreamin”, uma ode ao Golden State, antes de ganharem o Grammy para melhor atuação em dueto pop por “Die With a Smile”. Gaga aproveitou a oportunidade para reivindicar direitos para os transgéneros e referir o poder da música na união das pessoas.

Alicia Keys, que recebeu o Grammy pelo impacto global, referiu-se à ordem executiva assinada por Trump sobre o reconhecimento único de dois géneros – masculino e feminino -, deixando de lado a comunidade trans. “Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) não é uma ameaça, mas uma dádiva”, disse a cantora de “Empire State of Mind”.

Taylor Swift saiu de mãos vazias, apesar das seis nomeações para o último álbum “The Tortured Poets Department”, bem como Billie Eilish, que era uma das favoritas. A britânica Charli xcx ganhou três Grammys por “Brat”.

O fenómeno Chappell Roan foi coroado melhor novo artista, numa lista que incluía também Sabrina Carpenter e o rapper Doechii. Numa intervenção poderosa, Roan exigiu que as editoras discográficas dignificassem as condições dos artistas emergentes.