Slowburner atreve-se a sonhar um mundo melhor
Escrito por Daniela Azevedo em 01/12/2024
Daniela Azevedo, da TunetRádio, convidou o músico Élvio Rodrigues (Slowburner) para uma conversa no lounge do Cinemacity Alvalade.
A música é, talvez, a arte que melhor capta a matéria indefinível de que são feitos os sonhos. Por exemplo, Élvio Rodrigues, mais conhecido por Slowburner. Senta-se ao piano e aquilo sai-lhe quase naturalmente.
“Uma gravidade emocional colocada ao serviço de uma música generosa que parece captar esses estados liminares quando o dia dá lugar à noite, ou quando desejamos que um sonho se prolongue, como se não quiséssemos acordar para a mundanidade, ou quando um rumor emocional que vem de dentro se dilui no som, luz ou nas formas abstratas da água em movimento”.
“Daydreaming”, o terceiro single e vídeo musical do projeto Slowburner, é um tema instrumental para piano e ambientes, retirado do álbum “Life Happens In The Interim”. É um tema que serve também para comunicar que vêm aí as primeiras datas de apresentação do disco em palco, que irão acontecer em 2025.
Em janeiro e fevereiro será realizado um circuito de apresentação por várias Fnac, sempre às 17h. A 11 de janeiro, no Colombo, e a 12, em Oeiras. Em fevereiro, a 8, será a vez do Chiado, enquanto a 9, Almada, a 22, Alfragide e 23, Vasco Da Gama. A 13 de fevereiro, a Casa do Comum, ao Bairro Alto, pelas 19h, também vai receber o piano de Slowburner. Mais tarde serão reveladas novas datas por outros pontos do país.
Não é fácil categorizar a música “encantatória” de Slowburner, ou seja, Élvio Rodrigues, algures entre a sensibilidade clássica, melodias e ambientes mais pop, e a omnipresença de um piano “insinuante, imprevisível e misterioso”.
Antes do álbum, já havia lançado o EP “Before I Return To Dust” (2017) e a mixtape “Sunday Mornings Are For Piano” (2019), mas dir-se-ia que, este ano, é como se estivesse a “recomeçar tudo de novo, apostando numa música contemporânea delicada, com atenção a noções como tempo, espaço e atmosfera, partilhando nesse campo algumas afinidades com figuras europeias de afirmação global” como Nils Frahm, Ólafur Arnalds ou Max Richter. Depois do álbum e singles, segue-se a prova dos palcos.
Fotografia de capa de Slowburner por Filipa Antunes.