Faixa Atual

Título

Artista

Background

“Carne” vence o maior festival de cinema vegan do mundo

Escrito por em 19/11/2024

O documentário “Carne – A Pegada Insustentável”, com textos de Helena de Sousa Freitas e traduções de Luís Humberto Teixeira, acaba de conquistar o prémio de Melhor Longa-Metragem no International Vegan Film Festival, o mais importante festival de cinema do mundo no seu género.

Com realização assinada por Hugo de Almeida e produção a cargo do ex-eurodeputado Francisco Guerreiro, natural de Santiago do Cacém, o documentário foi parcialmente filmado no distrito de Setúbal (Tróia, Setúbal e Palmela), tendo tido a sua antestreia em novembro de 2023, no Cinema Fernando Lopes, em Lisboa.

Francisco Guerreiro, então eurodeputado da bancada Verdes/Aliança Livre Europeia, desafiou Helena de Sousa Freitas e Luís Humberto Teixeira a integrar a equipa de criação do documentário no Outono de 2022, tendo ambos aceite o desafio que os juntaria ainda à produtora-executiva Sandra Marques.

O trabalho prolongou-se por quase um ano, com as filmagens a decorrerem de Norte a Sul de Portugal e a levar parte da equipa à Bélgica e a França, bem como ao Reino Unido, para entrevistar o ambientalista George Monbiot, e ao Líbano, para conhecer e divulgar o trabalho levado a cabo pelo Hayek Hospital, onde comida vegan é servida a todos os pacientes como parte do esforço para que recuperem a saúde.

Helena de Sousa Freitas, autora dos textos que surgem no documentário pela voz do ator Heitor Lourenço, considera “uma honra” ter feito parte de uma equipa que trabalhou “de forma tão convicta e empenhada, num clima de permanente entreajuda, sem egos salientes ou regras a surgirem sem diálogo prévio” e entende que a distinção vai, primeiramente, para o realizador, “que, desde o primeiro minuto, se dedicou de alma e coração ao projeto idealizado pelo Francisco Guerreiro, tornando-o também profundamente seu”.

No discurso de aceitação do galardão, que foi receber a Toronto no passado sábado, dia 16, Hugo de Almeida revelou que a sua expectativa para o documentário é de que este “lembre a todos que a bondade não é uma fraqueza, mas uma força poderosa que podemos escolher abraçar; que a educação continua a ser uma das maiores ferramentas para abrir corações e mudar mentes; e que um mundo equilibrado e evoluído só é possível quando o respeito e a empatia se tornam os nossos princípios orientadores”.

No Canadá, o realizador – que dedicou o prémio à equipa e àqueles que o “apoiaram e inspiraram”, mas também “a todos os seres vivos cuja presença e energia tornam este mundo um lugar melhor” – declarou ainda que “a forma como tratamos os animais define quem somos – a nossa humanidade, a nossa empatia e as nossas responsabilidades. Eles confiam em nós, não porque sejam fracos, mas porque possuímos um poder que deve ser usado com sabedoria e compaixão. Estamos unidos neste frágil mundo”.

Por seu lado, Francisco Guerreiro, assinala que o prémio “representa mais um reconhecimento internacional do trabalho documental português”, acrescentando que o facto de “Carne – A Pegada Insustentável” já ter sido distinguido no Canadá, Alemanha, Brasil e Finlândia, mas não ter sido aceite no circuito de festivais ambientais nacionais, “diz muito do trabalho que ainda tem de ser feito no nosso país para se educar para os reais impactos do consumo de animais na saúde e no ambiente”.

Da distinção atribuída pelo International Vegan Film Festival faz parte a inclusão do documentário numa digressão que, ao longo de um ano, divulgará o trabalho um pouco por todo o globo.

Recorde-se que “Carne – A Pegada Insustentável” levou mais de uma centena de pessoas ao Auditório Charlot a 17 de março deste ano, sendo exibido a 22 do mesmo mês no IPS, em ambos os casos com a presença do realizador e do produtor.