Moonspell estrondosos em noite que pedia mais tempo de concerto
Escrito por António Correia em 27/10/2024
Foi no antigo pavilhão Atlântico, muito bem composto, que os portugueses Moonspell, com a participação da Orquestra Sinfonietta de Lisboa, sob a direção do maestro Vasco Pearce de Azevedo, se estrearam em nome próprio. Ali, na maior sala de espetáculos portuguesa, onde a pirotecnia esteve bastante presente perante os fãs de sempre.
Passava pouco das 22:00 de sábado quando a banda de heavy metal lusa, formada em 1992, subiu ao palco e recebeu os primeiros aplausos, com o arranque a ficar a cargo, sem surpresas, da orquestra.
Diante dos presentes na arena e daqueles que estavam via streaming a assistir ao espetáculo denominado “Opus Diabolicum”, o carismático vocalista Fernando Ribeiro, com um candeeiro na mão, entoou ‘Em nome do medo’, do álbum “1755”, totalmente em português e dedicado ao terramoto que aconteceu em Lisboa nesse ano.
“Lisboa, under the spell”, gritou Ribeiro, já de máscara na cara, e prosseguiu com a canção que dá nome ao álbum, seguindo-se mais três temas da obra lançada em 2017 – ‘In Tremor Dei’, ‘Desastre’ e ‘Ruínas’.
Depois, foi um pouco mais longo no discurso para todos os presentes, antes de voltar a 2015 para interpretar as faixas ‘Breathe’ e ‘Extinct‘.
“Como se sentem na Meo arena? Muito obrigado por terem tornado este sonho realidade na maior sala de espetáculos do país. É um dia muito especial para nós, sem vocês não faz qualquer tipo de sentido”, agradeceu.
‘Proliferation’ antecedeu à poderosa ‘Finisterra’, que não podia faltar no alinhamento, ambas do “Memorial”, de 2006, com Fernando Ribeiro a dar as boas-vindas nas línguas inglesa e espanhola aos fãs estrangeiros, que assistiam ao vivo ao concerto que foi gravado para posterior edição em álbum e DVD.
Sempre interventivo, anunciou o regresso ao “The Antidote” (2003) para cantar ‘Everything Invanded’, mas foi a ‘Scorpion Flower’, do “Night Eternal” (2008), que levou o público, envergando as camisolas da banda, a puxar dos telemóveis, antes da “velhinha” ‘Vampiria’, do primeiro álbum (“Wolfheart”), editado em 1995, ser mais um momento de comunhão, com as chamas em palco a tornarem o encontro ainda mais quente.
Para “preparar um final em grande até à última gota de suor”, o vocalista fez a entrada habitual para umas das icónicas da banda ‘Alma Mater’ e, no fecho (23:40), com ‘Full Moon Madness’, do “Irreligious” (1997), pegou em duas baquetas e juntou-se ao baterista Hugo Ribeiro para um frente a frente épico, ficando a clara ideia de que o público queria mais.