Luna Fest distribui “doses elevadas” de cultura em Coimbra

O Luna Fest, um dos festivais de música “mais aguardados” do ano, “está pronto para quebrar os muros” da Praça da Canção e “agitar toda a cidade” de Coimbra. Embora os concertos no recinto do festival estejam marcados para os dias 6, 7 e 8 de setembro, o “espírito” do Luna Fest “vai fazer-se sentir na cidade a partir de 30 de agosto, com uma série de eventos culturais que prometem envolver a comunidade e os visitantes numa celebração multidisciplinar única”.

De cinema a dj sets, concertos, exposições de arte e performances teatrais, o Luna Fest “expandirá as fronteiras e trará à cidade de Coimbra uma programação diversificada que vai muito além da música”, avançou a assessoria do festival em nota enviada à comunicação social.

Na sexta dia 30 de agosto, pelas 18h30 arranca o Luna Fest Cine (em parceria com o Caminhos do Cinema Português) na Casa do Cinema de Coimbra com a visualização do documentário “The Parkinsons: A Long Way to Nowhere” (de Caroline Richards, Doc, 98’, 2016), com a presença de elementos da banda. Este documentário é uma compilação de imagens de bastidores, concertos, e entrevistas à banda “mítica” de Coimbra, contando a história da banda. A “irreverência” dos Parkinsons é retratada “fielmente, naquilo que promete ser um filme de culto para todos os amantes de rock”. No dia seguinte, também pelas 18h30, pode ser visto “Pretty in Pink” (de Howard Deutch, Fic, 97’, 1986), uma das obras “mais amadas” do ciclo do “Brat Pack”, escrito por John Hughes para a musa Molly Ringwald, que lhe pediu que escrevesse um filme baseado na canção dos Psychedelic Furs, “Pretty in Pink”, a sua canção favorita na altura.

De 2 a 7 de setembro, o Luna Fest toma conta da Lucky Lux com diversos dj sets a decorrer ao longo das tardes. Rui Ferreira é o mentor da Lux Records (editora discográfica portuguesa), sendo também dono da loja de discos conimbricense Lucky Lux e radialista na Rádio Universidade de Coimbra. O Luna Fest uniu-se à Lux Records e vai ter este ano um novo palco: o Palco Lux, com a atuação de nove artistas nacionais.

Na quarta-feira, 4 de setembro, pelas 18h30, no Grémio Operário de Coimbra, Paul Oak convida Pedro Renato (Belle Chase Hotel). “Out of His Head”, disco de estreia de Paul Oak, é um trabalho “introspetivo que explora as estranhas formas de sentir e viver”. Com seis faixas que “combinam harmonia e melodia de forma sublime”, o álbum convida os ouvintes a uma “viagem emocional”, onde “acordes simples, mas carregados de emoção, podem evocar sorrisos, arrepios e até uma nostalgia agridoce”. O disco foi produzido por Paulo Jacob (Bodhi, 5.ª Punkada) e lançado pela Lux Records.

No mesmo dia, pelas 21h30 haverá mais 2 concertos a decorrer no Salão Brazil (em parceria com o Jazz ao Centro Clube/ Salão Brazil): Cariño Muerto e Chuascape. Cariño Muerto é um trio “movido por ondas sonoras difíceis de catalogar e com uma carismática presença” em palco, têm tanto da “movida madrilena” dos 80s como da eletrónica e experimentalismo de uns Suicide, do minimalismo de uns Young Marble Giants ou dos ritmos exóticos da cumbia. Chuascape é o projecto a solo de Pedro Chau (The Parkinsons/ Ghost Hunt).

Entre 5 de setembro e 8 de outubro o Luna Fest promove “Stardust”, uma exposição de fotografia de Pedro Medeiros na Galeria de Arte – Casa da Mutualidade (em parceria com A Previdência Portuguesa). Em 2023, Pedro Medeiros teve “liberdade criativa para fotografar no Luna Fest músicos, backstage, palco, público, sem compromissos com horários ou exigências de produção, e este trabalho, que aqui é apresentado numa seleção de 50 fotografias a preto e branco, impulsionou uma procura, na leitura da exposição, com um paralelo desse processo disruptivo e extirpado de convencionalismos, ou seja, não impondo leituras cronológicas nem um registo de teor documental ou fotojornalístico”.

De 6 a 8 de setembro irá decorrer uma série de Meet & Great e dj sets no Coolaboola que proporcionará a reunião de vários artistas e djs com os fãs e o público em geral neste “icónico” espaço situado na Praça do Comércio.

No sábado, 7 de setembro, pelas 16h, nas Escadas do Quebra Costas, irá decorrer uma performance teatral em parceria com o Coimbra Impro, grupo que se dedica ao Teatro de Improviso, “um dos mais fascinantes géneros performativos em todo o vasto universo contemplado pelas artes vivas contemporâneas”.

Quanto à programação musical do Luna Fest, o festival “mais rock’n’roll” de Portugal, acontece de 6 a 8 de setembro, na Praça da Canção em Coimbra.

No dia 6 de setembro, haverá os concertos dos portugueses The Twist Connection, M’as Foice e The Legendary Tigerman, e dos mexicanos Carrion Kids, com raízes no punk, pós-punk e garage rock, com um som impulsionado por guitarras “estridentes e uma base sólida e agressiva”, a banda pós-punk britânica Theatre of Hate, a norte-americana Lene Lovich com ligações ao new wave e os britânicos The Psychedelic Furs, “uma das bandas mais influentes” na cena musical dos anos 80, tendo-se afirmado por entre “êxitos” como “Love My Way”, “Heaven”, “The Ghost In You” e “Heartbreak Beat” e, claro está, “Pretty In Pink”.

Na segunda noite do Luna Fest, 7 de setembro, atuarão os portugueses Birds Are Indie, Selma Uamusse e Belle Chase Hotel. O resto do cartaz será composto pelos britânicos Johnny Throttle, uma espécie de ‘supergrupo’ de punk rock, com membros dos The Parkinsons, Lucy & The Rats e The Gaggers, Natty Bo & The Top Cats com o “melhor e mais original” ska jamaicano, rocksteady & reggae do sul de Londres, Kid Congo and The Pink Monkey Birds (antigo guitarrista dos Cramps, Nick Cave and the Bad Seeds e Gun Club) na apresentação do novo disco “That Delicious Vice”, lançado pela In The Red Records, e ainda o cantor, compositor e guitarrista norte-americano Jon Spencer (na fotografia de capa), nome incontornável na história do rock’n’roll, talvez o último símbolo e referência viva do que é o “cru e verdadeiro” rock´n´roll.

A última noite do festival, 8 de setembro, sofreu uma alteração no cartaz. Devido a um acidente de Adolfo Luxúria Canibal, que implica uma intervenção cirúrgica, os Mão Morta estão impedidos de realizar o concerto no Luna Fest. Essa noite conta com os concertos dos portugueses So Dead e Club Makumba e os internacionais Deadletter, banda pós-punk britânica, o duo da Catalunha La Élite, com influências que vão do punk rock da década de 1980, do new wave à música eletrónica, Weird Omen, um trio francês de formação “atípica”, da nova geração de garage psicadélico, e os The Gories, de Detroit, banda garage-punk, considerados “a melhor banda de garagem dos EUA desde os anos 60” por Jack White.

Nestes 3 dias de festival, o Luna Fest promete “mais música” após os concertos, até às 4h, com os dj sets de Kick It – Rock’n’Roll Dance Club, Eduardo Pinela e The Ema Thomas.