“Amor Delírio” marca o regresso de Papisa aos discos
Escrito por TunetRádio em 19/04/2024
Após revelar os singles “Melhor Assim“, “Dores no Varal” e “Amor Delírio” – tema que dá nome ao álbum e tem a participação de Luiza Lian –, a compositora e multi instrumentista brasileira Papisa apresenta o disco “Amor Delírio“, sucessor de “Fenda” (2019) e do EP “Papisa” (2016), com produção assinada por Felipe Puperi (Tagua Tagua). “Amor Delírio” é um lançamento da editora espanhola Costa Futuro, que tem no currículo edições de nomes como Queralt Lahoz (Espanha), Lucia Tacchetti (Argentina) e El Culto Casero (Paraguai).
Falar sobre o amor é a abertura de um novo caminho temático para Rita Oliva (aka Papisa), que nos trabalhos anteriores abordou “elementos místicos e relativos ao inconsciente, como a morte e a ciclicidade do tempo”. Conhecida pelos concertos “ritualísticos e sensoriais” – Rita é também astróloga e chegou a desenvolver um oráculo complementar ao disco “Fenda” –, e pela sonoridade dream-indie-pop que a consagrou como “uma espécie de Cat Power psicodélica” (Lúcio Ribeiro, Popload), a artista agora investiga o poderoso sentimento que move as marés humanas.
É nesta abordagem sentimental que “Amor Delírio” se “sustenta, a passar pela sedução, pelo desejo, pelas ilusões e pelas desilusões amorosas. É também retratada a vontade e a inevitabilidade do reencontro, além da fluidez das relações e das possibilidades. Por fim, o desejo a se manifestar de várias maneiras”, pode ler-se na nota de imprensa.
“Em 2020 passei a me questionar sobre o amor romântico, e comecei a observar as minhas relações e de outras pessoas sob essa ótica. Estava tentando entender a influência da convenção social na forma como nos relacionamos, mas também investigando como o desejo e a sedução são forças motrizes importantes nas nossas conexões, sejam elas românticas ou não. Essa forma mais objetiva de pensar no amor inevitavelmente trouxe à tona questões subjetivas das experiências que vivi ao longo dos anos, ou que presenciei pessoas próximas vivendo. Então fui me dando conta de que o disco tinha uma narrativa, retratando fases distintas que alguém pode viver dentro das relações, incluindo a excitação dos começos, a angústia da falta, o processo de ilusão e desilusão quando colocamos expectativas em uma situação e também as formas como nos ligamos e nos desligamos de algo ou alguém”, comenta a artista.
O álbum foi produzido numa “imersão” de duas semanas numa casa em São Francisco Xavier, cidade no distrito de São Paulo, e contou ainda com gravações de Alejandra Luciani, Felipe Puperi, Fabio, Fabio Pinczowski e Pepeu JC no Estúdio 12 Dólares e Sid Souza no Artsyclub Studios. A mistura é de Tiago Abrahão e a masterização é de Brian Lucey (que já trabalhou com nomes como The Black Keys, Lizzo e Cage the Elephant).
Para o lançamento de “Amor Delírio”, Papisa tem Portugal como um dos países que vão receber o concerto do álbum – talvez, ainda este ano. E além da Europa, a artista também tem promovido o disco nos Estados Unidos – por onde, inclusive, esteve em março para concertos no SXSW, New Colossus Festival e no Treefort Music Fest.
De ascendência portuguesa, a artista já esteve algumas vezes em Portugal e, em 2021, lançou o single “Fortuna” em parceria com o duo local Haema, projeto partilhado por Susana Nunes e Diana Cangueiro.
Rita Oliva integrou as bandas Cabana Café e Parati até lançar o seu trabalho solo como Papisa. A artista já passou por palcos de festivais brasileiros como Bananada (GO), Picnik (DF), Path (SP), Sonora (SP) e Contato (SP), além de se ter apresentado no festival SXSW, em Austin (EUA), e em Portugal.
Fotografia de Papisa por Julia Mataruna.