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Marcelo D2 e Fatoumata Diawara confirmados no Mimo Festival

Escrito por em 29/01/2024

O Mimo Festival regressa a Amarante em 2024, de 19 a 21 de julho, mantém a programação totalmente gratuita, e a organização avança os primeiros dois nomes, Marcelo D2 e e Fatoumata Diawara.

Considerado um dos “maiores” festivais gratuitos de música do Brasil, o Mimo acontece novamente em Portugal, tendo o município de Amarante como principal promotor. Segundo a nota de imprensa, “antecipa-se um Mimo Amarante de sonoridades, estéticas e texturas singulares, em que a música ocupa não só os palcos, mas toda a cidade, com concertos e atividades paralelas como palestras, workshops, oficinas, exposições, performances, cinema e roteiros guiados. Antecipa-se um mundo de arte e cultura, gratuito, para mais uma edição inesquecível para o público, que em 2019 reuniu mais de 80 mil pessoas durante o fim de semana”.

Para a organização estamos perante um “auspicioso regresso a Amarante”, após uma edição no Porto, “cidade que acolheu as edições portuguesas do festival entre 2016 e 2019”.

O Mimo nasceu em Olinda, no Brasil, e ao todo são “20 anos de história, com 60 edições em mais de 12 cidades no Brasil e na Europa, assistido por um público superior a 2 milhões de pessoas ávidas por ouvir ou descobrir o melhor da música nacional e mundial”.

Segundo Lu Araújo, a diretora e fundadora do Mimo Festival “é sempre com grande emoção que vemos milhares de pessoas a viverem a arte de forma tão intensa e diversa. O Mimo é positivo, inclusivo e democrático, faz parte de Amarante e dos amarantinos, mas também dos milhares de fãs nacionais e estrangeiros que nos visitam anualmente”.

Marcelo D2 (Brasil) e Fatoumata Diawara (Mali) são os primeiros nomes confirmados, para um cartaz que começa hoje a ser revelado. Dois “fulgurantes” artistas que constroem percursos artísticos “crescentes e de reinvenção de sua música e estética artística”.

Marcelo D2 inicia no Mimo Amarante a sua mais recente digressão, com a apresentação de “Iboru”, um disco de 2023 em que propõe o que chamou de “novo samba tradicional”. Já Fatoumata Diawara, uma das “grandes” representantes do afrofuturismo na cena musical, leva ao palco do Mimo “London KO”, liderando uma expedição “ecléctica e vanguardista” pelo afrobeat, jazz, pop, electrónica e hip hop.

Do Rio de Janeiro, Marcelo D2 inicia a digressão europeia do “elogiado” álbum “Iboru”, no Mimo Amarante. Um disco “prodigioso” que tem a ambição artística de fazer uma “revolução no rap, revolução no rock, revolução no samba!” mas também a vontade política de mudança e combate ao bolsonarismo. É o seu nono trabalho de originais.

O artista, “um dos mais respeitados nomes da cena pop brasileira, continua fiel a si próprio, explorando novas possibilidades sonoras e consolidando experiências musicais. Após três décadas de uma carreira profícua e marcada pela busca da inovação, D2 volta-se para a própria história misturando, pela primeira vez, os graves do 808 com a cadência e a formação clássica do samba no terreiro. Neste “novo samba tradicional” de Marcelo D2, cavaquinho, coro, percussão e metais dialogam harmoniosamente com os samples e beats do hip hop”.

O disco traz também composições de nomes de diferentes gerações do samba brasileiro, incluindo Moacyr Luz, Diogo Nogueira, Zeca Pagodinho e Xande de Pilares. O trabalho conjunto com o historiador e escritor Luiz Antonio Simas, em duas músicas, evidencia a busca de D2 por “aprofundar” as suas raízes na cultura popular brasileira.

“A paixão de Marcelo D2 pela arte não se limita apenas à música. Ele também demonstra um olhar apurado e sensibilidade ímpar no cinema. A sua mais recente incursão no mundo do cinema acompanhou o lançamento de “Iboru” em 2023. O filme, também com argumento e realização de D2, não apenas complementa o álbum, mas apresenta uma visão única de como as raízes do samba, a partir de 3 personagens fundadores do gênero, seguem contemporâneas 100 anos depois”.

Do Mali vem Fatoumata Diawara, sobejamente conhecida dos portugueses e um dos nomes “incontornáveis” da nova música africana global. A cantora, compositora, guitarrista, atriz e ativista, conta com diversas nomeações aos Grammy Awards.

Apresenta no Mimo Festival Amarante o mais recente trabalho “London Ko”, um neologismo simbólico que resulta do encontro de Londres e Bamako, capital do Mali. Com produção de Damon Albarn (Blur e Gorillaz), que também participa em seis temas, e com quem Fatoumata Diawara já tinha colaborado.

O disco, o seu terceiro de estúdio, tem como ponto de partida a música tradicional africana, as suas raízes Mandinka, levando-nos numa viagem “eclética e vanguardista” contaminada por afrobeat, jazz, pop, eletrónica e até hip hop, num álbum que desafia rótulos e categorias. Na sua música, Fatoumata critica a violência e desmonta estereótipos, enquanto traça novos caminhos estéticos e éticos para uma África e uma diáspora africana futuristas. Através de seu trabalho, a cantora emerge como uma militante feminista e é atualmente uma importante voz nas lutas das mulheres africanas. O disco fez parte das listas de melhores do ano de publicações de referência como a Mojo, Uncut, Far Out Magazine e o site PopMatters.

O Mimo Festival nasceu no Brasil e celebrou em 2023 o seu vigésimo aniversário. Idealizado por Lu Araújo, teve a primeira edição internacional em 2016 na cidade de Amarante. Inteiramente gratuito, o Mimo é um festival “inclusivo que privilegia a facilidade de acesso e a diversidade, dando a conhecer o que de melhor se faz na música atual, em Portugal e no mundo, entre nomes consagrados e novos talentos. Tem-se constituído como uma experiência rica e inesquecível, oferecendo o acesso democrático a um conjunto de propostas culturais diversas e abrangentes, do cinema à poesia, de workshops a masterclasses”.

Já passaram pelas edições portuguesas do MIMO Festival artistas como Egberto Gismonti, Herbie Hancock, Tom Zé, Mário Laginha e Pedro Burmester, Pat Metheny e Ron Carter, Tinariwen, Selma Uamusse, Três Tristes Tigres, Ricardo Ribeiro, Goran Bregovic, Rodrigo Amarante, Manel Cruz, Rui Veloso, Dead Combo, BaianaSystem, Bruno Pernadas, Salif Keita, Samuel Úria, Seun Kuti & Egypt 80, Criolo, Mayra Andrade, Chico César, Mário Lúcio & os Kriols, Ray Lema, Branko, Don Letts e Emicida, entre outros.

Fotografia de Fatoumata Diawara por Shelby Duncan.