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Prétu (Xullaji) apresenta manifesto de resistência no TBA

Escrito por em 11/01/2024

Celebrado como um dos melhores registos sonoros de 2023, inclusive pela TunetRádio onde é presença assídua no Área 51 (23h – 02h), “Prétu 1 – Xei di Kor”, de Xullaji, ganhará vida em palco a 19 de janeiro, no Teatro do Bairro Alto (TBA).

Assinado por Prétu, o “afronauta” que é a mais recente encarnação “esquizofónica” de Xullaji – também conhecido como Chullage -, este é mais que um álbum ou um simples concerto. “Prétu 1 – Xei di Kor” assume-se como uma “experiência performática revolucionária que ultrapassa os limites da música e de qualquer catalogação, convidando a explorar uma narrativa de resistência africana e a desafiar as perspetivas convencionais de cultura e identidade. Partindo de samples e de originais percussões, esta é uma proposta que abre fendas na História, ao mesmo tempo que assenta as bases no pan-africanismo, na denúncia do racismo, do colonialismo, do capitalismo e das desigualdades, inspirando uma profunda reflexão sobre as questões sociais, políticas, económicas e culturais atuais”, lê-se na nota de imprensa da promotora do espetáculo.

“Denso, arrebatador, desarmante e inabalável são alguns dos adjetivos que definem este que é o primeiro dos três tomos da viagem cósmica de Prétu, viagem essa onde, para além da música afrofuturista, cabem ainda o teatro, a performance, a instalação, a fotografia e o audiovisual.”

No dia 19 de janeiro, o “assertivo e influente rapper, poeta sónico, artivista e cronista da realidade afro-portuguesa de raiz cabo-verdiana sobe ao palco com a obra total que tem vindo a criar nos últimos 10 anos”. No TBA, um espaço cultural sempre atento às novas manifestações artísticas e estéticas, os muitos pantones que definem a autenticidade de “Prétu 1 – Xei di Kor” tornam-se uma e todas as cores, e Xullaji feito Prétu mete os dedos na ferida com os seus inquietantes e tensos sintetizadores, as percussões que constroem a ponte entre a tradição e o futuro de forma não linear, e palavras que surgem do eco de outras como as do escritor James Baldwin, de Amélia Araújo e Amílcar Cabral – históricos do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) -, da ativista Angela Davis ou do filósofo Frantz Fanon.

Com ele estará o coletivo peles negras, máscaras negras: Mick Trovoada na percussão, Henrique Silva na guitarra e teclados, e os convidados Ilda Vaz e Landim (vozes), John D’Brava (cavaquinho) e Braima Galissá (kora). Em fundo, os vídeos feitos em colaboração com PNMN, Orlando Podence e Mónica de Miranda.

“Quero mesmo acreditar, preciso de acreditar, que nós temos que continuar a tentar intuir, sonhar, imaginar e fazer outras possibilidades”, manifesta o artista em constante processo revolucionário e criativo interno.

Os bilhetes custam 12€ (integrado no Passe Cultura) e estão disponíveis na bilheteira do TBA. Este é o primeiro concerto do TBA com coletes sensoriais para pessoas surdas e que conta também com legendagem em português e em crioulo.

“Ergam-se os punhos fechados, cruzem-se profundamente os olhares: o afronauta Prétu aterra no TBA, no dia 19 de janeiro, às 19h30, para um display imperdível de resistência e guerrilha intercósmica de Portugal para o mundo. Porque a luta continua e a revolução não vai ser um tweet”. Baterias apontadas a um espetáculo que se antevê singular e imperdível.