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Alkantara com Rébecca Chaillon, Aurora Negra e Marco Mendonça

Escrito por em 18/10/2023

O Festival Alkantara vai regressar de 10 a 26 de novembro em vários palcos em Lisboa, com artistas como Rébecca Chaillon, Aurora Negra e Marco Mendonça, e três projetos de curadoria.

Nos 30 anos desde a primeira edição do Danças na Cidade, o Alkantara Festival trará nove espetáculos de artistas portugueses e estrangeiros, encontros e conversas dedicados às práticas artísticas contemporâneas.

Nesta edição – segundo a programação completa hoje apresentada, em Lisboa – as propostas do festival “atravessam questões identitárias, problemas ecológicos, sociais e políticos”, e “apresentam também possibilidades de celebração, de emancipação, de construção”.

O fim de semana de abertura contará com a estreia nacional de “Whitewashing”, da encenadora e performer martinicana Rébecca Chaillon, no Teatro do Bairro Alto, um trabalho focado nos corpos das mulheres negras, “numa sociedade dominada pela branquitude, em que o público é convidado a olhar corpos que estão sujeitos a tornar-se invisíveis”.

Em “F(r)sta”, celebração organizada pelo Núcleo MeioFio (Ágatha Cigarra e a sua equipa, formada por Era Jaja Rolim, Alex Simões e Renato Kurup), serão apresentadas pesquisas que “percorrem os propósitos e impulsos da festa e a sua inevitabilidade”.

A Culturgest será palco de “Antígona na Amazónia”, do criador suíço Milo Rau/NTGent & MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), numa reflexão sobre poder, resistência e lei no Brasil contemporâneo, em que “os genocídios negro, indígena e transgénero, as alterações climáticas e o agronegócio são elementos desta história funesta”.

A convite do Centro de Arte Moderna Gulbenkian e do Alkantara, o coletivo japonês ChimPom from Smappa!Group desenvolve o programa “Side Trip”, integrado na Engawa – Temporada de Arte Contemporânea Japonesa, que vai “desafiar os limites de uma rua em Marvila, reclamando este espaço público como lugar de convivialidade”.

Com início num magusto, a 11 de novembro, esta intervenção conta com um programa público de eventos – encontros, performances, ‘workshops’ – pensado em colaboração com grupos comunitários dos bairros de Marvila.

Entre os dias 11 e 14 de novembro, o Espaço Alkantara vai acolher “Pedra Pele Pulmão”, outro dos três programas curatoriais integrados no festival, concebido pelo Terra Batida, resultado de uma residência coletiva no município do Fundão, no distrito de Castelo Branco.

Na segunda semana do festival, o São Luiz Teatro Municipal recebe, de 17 a 19 de novembro, “Kilombo”, um programa de três dias com curadoria do coletivo Aurora Negra (Cleo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema).

“Kilombo”, que teve já uma primeira edição no Espaço Alkantara, em 2021, regressará, segundo a organização, para uma segunda edição, de novo como lugar de “celebração, reunião e resistência” de uma comunidade, com performances, música, cinema e uma exposição.

Nos dias 17 e 18, no palco da sala Luís Miguel Cintra, Calixto Neto apresenta “Feijoada”, uma roda de samba para aprofundar a relação – pessoal e política – entre Brasil, Portugal e a diáspora africana.

Gaya de Medeiros apresentará, de 17 a 19 de novembro, na Black Box, uma nova versão de “Pai para Jantar”, espetáculo construído num jogo com o público “que tenta esmiuçar a masculinidade de forma poética e bem-humorada, brincando com os modos como agenciamos palavras, afetos e arquétipos ao redor da ideia de ‘ser homem’”.

Pelos mesmos dias, no Teatro do Bairro Alto, Marco Mendonça irá estrear o seu primeiro espetáculo a solo: “BlackFace”, entre o stand-up, a sátira e o teatro documental e autobiográfico que, “através de uma extensa pesquisa visual e diferentes ‘sketches’ humorísticos, percorre cinco séculos de história para falar do longo e doloroso legado da prática racista do blackface”, de pintar o rosto de artistas brancos para simular a negritude.

No terceiro e último fim de semana do festival, de 24 a 26 de novembro, Sónia Baptista vai celebrar a sexualidade e o ‘despudoramento’ no envelhecimento em “Sweat, Sweat, Swet (Um conjunto de pequenos afrontamentos)”, na sala Mário Viegas do São Luiz.

A 24 e 25, ao palco do grande auditório da Culturgest, sobe um elenco constituído por pessoas da comunidade transgénero de Abidjan, capital económica da Costa do Marfim, onde nasceu a coreógrafa Nádia Beugré, que apresenta “Profético (Nós já nascemos)”.

“Fazer a Noite”, da encenadora espanhola Bárbara Banuelos, um espetáculo sobre precariedade laboral, colonialismo, saúde mental e estigmas sociais, “convocando o público para um exercício de empatia e de vulnerabilidade coletiva”, será apresentado na mesma altura no TBA.

No São Luiz também será apresentado o espetáculo “Uirapuru”, do coreógrafo brasileiro Marcelo Evelin e da sua companhia Demolition Incorporada, inspirado nas entidades que habitam as florestas do Brasil e no imaginário das matas brasileiras, e na Culturgest estará “Montação”, do coletivo Afrontosas (Antonyo Omolu, Di Candido, aka DIDI, e Rodrigo Ribeiro Saturnino, aka ROD), “numa celebração LGBTQIAP+ das manifestações de (r)existência queer, negra em diáspora, ressignificando e redimensionando o imaginário das festas queer”.

O Alkantara Festival 2023 – organizado pela estrutura com o mesmo nome, financiada pela Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa – é coproduzido por Centro Cultural de Belém, Centro de Arte Moderna – Fundação Calouste Gulbenkian, Culturgest, São Luiz Teatro Municipal e Teatro do Bairro Alto.

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