Fogo Fogo no Lisboa Mistura
Escrito por TunetRádio em 28/08/2023
A 18.ª edição do Lisboa Mistura, evento intercultural de partilha e misturas sociais, culturais, artísticas, vai acontecer a 9 e 10 de setembro nos jardins do Museu de Lisboa – Palácio de Pimenta, com entrada gratuita e apresenta um cartaz que inclui a superestrela da Costa do Marfim, Dobet Gnahoré, Fogo Fogo, Criatura, Tiago Pereira, JAZZOPA e Soweto Kinch, além de conversas e debates.
O berço que vê nascer Fogo Fogo, a mais recente confirmação do festival, é vibrante e especial: é uma Lisboa onde cabe toda a África, sobretudo a que fala português, tanto a do futuro como a do passado. Um lugar onde ainda é possível encontrar as obscuras pérolas de edição de autor que a diáspora de Cabo Verde gravou e que o mundo nunca ouviu. Essa é a Lisboa que, qual vulcão, expeliu Fogo Fogo. O projeto de Francisco Rebelo (baixo), João Gomes (teclas), Edu Mundo (bateria), Danilo Lopes (vozes/guitarra) e David Pessoa (vozes/guitarra) representa a força experiente e enérgica destes músicos que há muito nos habituaram por esses palcos fora. Os cinco juntos somam quase 120 anos de carreira. Cada um deles é dono de talento, consolidado pela experiência de anos em alguns dos maiores palcos do mundo.
“Fladu Fla” (2021, Rastilho Records) é o primeiro disco de originais de Fogo Fogo, depois de editados três EP’s: “Dia Não” (2019), “Nha Cutelo” (2018) e “Fogo Fogo” (2015).
“Fladu Fla” contou com a presença de Jon Luz no cavaquinho, Djair e Zé Mário nas percussões e, na co-produção e mistura, do brasileiro Kassin e do norte americano Victor Rice. A capa do álbum é do artista visual Vhils. “Fladu Fla”, composto por oito temas originais e mais outros dois escolhidos do cancioneiro de funaná, sugere-nos um olhar telúrico e de protesto através de alguns costumes e expressões cabo-verdianas. É o caso da canção que dá nome ao disco e que aborda o costume da maledicência e da perpetuação do boato, da notícia sensacionalista pouco fundamentada. Encontram-se, igualmente, temas mais leves ou sentimentais no repertório, envolto de muito movimento, psicodelismo, dança, calor e amor.
O evento promove o encontro de pessoas e de comunidades através de espetáculos e encontros artísticos com diversos ritmos e várias tendências culturais para sentir o pulsar da cidade.