SBSR: dia 2 com energia distinta, mas sempre em alta
Escrito por Daniela Azevedo em 18/07/2023
Nile Rodgers conseguiu pôr o público do SBSR, ainda atordoado com a chegada e alguns a terem um primeiro contacto com o recinto, a dançar a bom ritmo na tarde da segunda data do festival (que decorreu de 13 a 15 de julho).
O músico norte-americano de 70 anos tem na guitarra o seu instrumento de eleição, mas todo um glamour dançável foi trazido muito graças às backing vocals e ao virtuoso baterista que também “fez das suas” no festival. O por do sol ganhou um groove muito especial, não só com toda a boa energia das músicas dos Chic, mas também com as versões de temas de Madonna, Michael Jackson ou Diana Ross, sem faltar o ‘Get Lucky’, muito aplaudido.
O êxtase aconteceu com uma versão alargada de ‘Good Times’, que continuou colado a nós horas depois, com Rodgers a querer manter a festa durante o máximo de tempo possível.
Vibrantes, cerca de uma hora depois de terem começado a sua atuação (pelas 19h00), os Chic ainda arrancaram mais aplausos e fãs boquiabertos quando exibiram nos painéis eletrónicos um “Thank You Portugal”, já nos instantes finais do espetáculo.

SBSR – Chic
Nota, ainda, para GZA, dos Wu-Tang Clan que subiu ao palco durante concerto de Nile Rodgers & Chic com a camisola do Sporting Clube de Portugal. Não houve alusões ao futebol, mas pareceu-nos bastante confortável e divertido enquanto cantou ‘Rapper’s Delight’, clássico do Sugarhill Gang.
Os Wu-Tang Clan, com mais de 30 anos de carreira, eram muito esperados no segundo dia do Super Bock Super Rock, subindo ao palco principal ainda antes das 21h00.

SBSR – Wu-Tang
É certo que os fãs lamentaram a curta duração do concerto, que não terá chegado a uma hora de duração, mas poucos artistas conseguirão criar uma narrativa tão variada e acentuada em tão curto espaço de tempo como os Wu-Tang Clan, longe do rap e hip-hop que estamos habituados a ouvir atualmente. Com cerca de dez rappers, cada um com vários pseudónimos, os Wu-Tang Clan trouxeram uma seleção musical que oscilou entre a educação nas escolas (e ruas!) de Staten Island, artes marciais, crítica social e lendas urbanas, embora nunca nada disto seja interpretado duas vezes da mesma forma. ‘C.R.E.A.M. (Cash Rules Everything Around Me)’ foi das que gerou mais reação e empatia com o público.
Sampa The Great, no palco Somersby, terá ficado um pouco aquém das expectativas. A cantora nasceu na Zâmbia, cresceu no Botswana e estudou nos Estados Unidos e de todo este pot-pourri de experiência de vida saíram temas como ‘Freedom’ que espalhou energia pelos presentes com a ajuda das backing vocals e, em particular, da irmã da artista. O som estava exageradamente alto, resultando em letras, na sua maior parte, incompreensíveis.
Nota positiva para a organização de todo o recinto, em particular ao estacionamento que tantos receios implicava nesta deslocação para o Meco.
Nota negativa para o stand promocional da Estée Lauder que, durante aproximadamente três horas, foi dizendo que não estava disponível para fazer o tão desejado look festivaleiro, embora se continuassem a ver mais e mais senhoras de todas as idades a subirem às cadeiras de maquilhagem. Mais vale aceitarem inscrições ou tornarem claros quais os critérios que fazem de um rosto e corpo elegíveis para testar os vossos produtos.