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Pop Dell’Arte e Baleia Baleia Baleia Quintais Adentro

Escrito por em 09/05/2023

Ricardo Martins, Baleia Baleia Baleia, Raia, Pop Dell’Arte, Samad, Evil Mariachi e uma Oficina de viola campaniça são as propostas de um novo festival de música que promete agitar o concelho de Odemira, Quintais Adentro, a 26 e 27 de maio.

Segundo a organização, Quintais Adentro é um novo evento de música do concelho de Odemira que nasce com o objetivo de enriquecer a programação musical da região, “procurando preencher lacunas” na oferta de concertos.

Todos os espectáculos acontecem em quintais, públicos ou privados, maiores ou menores, fazendo do uso destes espaços mais ou menos íntimos, um dos fatores “diferenciadores” do festival.

Quintais Adentro aposta em projetos com propostas “mais ou menos alternativas” mas com um grau de notoriedade que permite “atrair espectadores locais e não só”. De outra forma, “dificilmente este tipo de projetos musicais atuariam nesta região e o público local teria acesso a eles”, revela a organização em comunicado.

Sendo a descentralização da oferta cultural uma das premissas que esteve na base da criação do evento, dois dos concertos acontecerão nas aldeias de São Luís e São Martinho das Amoreiras – no Ateneu do Catorze e no CVVCCI respectivamente – estando os restantes dois marcados para a vila de Odemira, no “Quintal da Música”.

A organização avança que em edições futuras, manterá o equipamento municipal como pólo central do evento e as 13 freguesias participarão rotativamente, tendo todas oportunidade de acolher concertos numa determinada edição.

“A música e todos nós, “por esses quintais adentro vamos” – como cantava Zeca Afonso”, descreve a organização. Quintais Adentro é uma parceria da Bazarulho, Município de Odemira e Ateneu do Catorze, com o apoio da Freguesia de São Martinho das Amoreiras, Direção Regional de Cultura do Alentejo, EAAL e Freguesia de São Luís.

PROGRAMA DO QUINTAIS ADENTRO

26 de maio – Ricardo Martins
[SÃO LUÍS, ATENEU DO CATORZE, 19:30]

Ricardo Martins ficou conhecido na cena musical portuguesa por ser o baterista em bandas como Adorno, Lobster ou Cangarra. Ganhando atenção e tornando-se num dos “mais acarinhados e ocupados” músicos portugueses. De momento é o motor de Papaya, trio pós-punk entre LX e NYC. É ainda membro de Pop Dell’Arte, Chão Maior, Fumo Ninja, Algumacena, Jibóia e colaborador frequente de Filho da Mãe ou Dada Garbeck. Além da música, em banda, trabalha como sound designer e compositor para teatro e dança. “Ocaso” é o seu mais recente trabalho a solo.

26 de maio – Baleia Baleia Baleia
[ODEMIRA, QUINTAL DA MÚSICA, 21:30]

Dupla formada por Manuel Molarinho (baixo e voz) e Ricardo Cabral (bateria e voz) em finais de 2015, no Porto, a partir de jams informais. Lançaram no início de 2022 o álbum “Suicídio Comercial”, depois de um primeiro EP pirata (2017) e do disco de estreia homónimo (2018) que lhes valeu presenças constantes nos palcos de todo o país, incluindo festivais como o Bons Sons, Circuito Supernova ou o Zigurfest, bem como nas listas de melhores discos e concertos do ano. Em outubro de 2022 atuaram no Curt’Arruda, em Arruda dos Vinhos, e conversámos com eles.

26 de maio – Samad (dj set)
[ODEMIRA, QUINTAL DA MÚSICA, APÓS O CONCERTO]

Samad propõe-se “saltitar no tempo e no espaço através sua extensa coleção de vinis”. África, Brasil ou paragens tão inusitadas como Bollywood, fazem parte do seu itinerário habitual – e “o que seria de esperar de um francês de origem marroquina que veio diretamente de Londres para o Alentejo”?

27 de maio – Raia
[SÃO MARTINHO DAS AMOREIRAS, CENTRO DE VALORIZAÇÃO VCCI, 19:30]

Raia é o projeto-síntese de António Bexiga, que percorre as sonoridades da viola campaniça nas suas fronteiras acústica e elétrica, analógica e digital, tradicional e experimental, ensaiada e instantânea, frequentemente em diálogo com outras formas de arte, visuais ou de performance.

António Bexiga [Tó-Zé Bexiga] nasceu em Évora em 1976. Estudou piano e guitarra clássica, mais tarde guitarra jazz. Passou por vários projectos desde o rock à música experimental, fusão e música improvisada. Descobriu depois a música de raiz e o “prazer de a virar do avesso”.

Foi membro ativo de projetos como Uxu Kalhus e No Mazurka Band; fundador de Há lobos sem ser na serra, Bicho do Mato, entre outros. Recentemente gravou com Kepa Junkera para a Ath Thurda, Celina da Piedade, António Caixeiro, Cantadores de Paris, O Gajo, Omiri e Orfeão Sónico de Um Corpo Estranho e Satúrnia e European Ghosts. É membro do grupo Lusitanian Ghosts desde 2021.

27 de maio – Oficina de Viola Campaniça [atividade paralela]
[SÃO MARTINHO DAS AMOREIRAS, CENTRO DE VALORIZAÇÃO VCCI, 11:00]

António Bexiga [RAIA] propõe uma viagem pela história, as técnicas e os repertórios da maior das violas de arame portuguesas, a viola campaniça.

Modas tradicionais, loops e pedais de distorção num concerto comentado que percorre as sonoridades da viola, nas suas fronteiras acústica e elétrica, analógica e digital, tradicional e experimental, características da abordagem pessoal e contemporânea do músico alentejano e raiano. Um concerto-conversa, sem palco, íntimo e livre para perguntar, responder e tocar.

27 de maio – Pop Dell’Arte
[ODEMIRA, QUINTAL DA MÚSICA, 21:30]

Os Pop Dell’Arte são um projeto musical criado por João Peste no início do ano de 1985, que nesse mesmo ano concorreu à 2a edição do Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-vous, tendo ganho não só o prémio de originalidade do referido concurso, mas a atenção da crítica e uma legião de seguidores que os seguia por todo o lado onde tocavam.

“É preciso amar as contradições”, assim se dizia numa das suas canções mais emblemáticas, “Illogik Plastik”, e era exactamente este o espírito deste projecto transgressivo, que misturava as influências musicais mais díspares e contraditórias com poemas fonéticos de inspiração dada e futurista, evocações de Warhol, Duchamp e Picabia, referências cinematográficas a Fassbinder, Antonioni e Fellini.

Ao longo de cerca de 30 anos de carreira, os Pop Dell’Arte deram vários concertos históricos em Lisboa (Rock Rendez-vous, Aula Magna, Music Box, Ritz Club, Cinema Alvalade, Fórum Roma) e também no Porto (Teatro Rivoli, Mercado Ferreira Borges, Aniki Bó-Bó, Cinema Passos Manuel) e noutros pontos do país (Aveiro, Coimbra, Évora, Braga, Leiria) e do estrangeiro (Barcelona, Londres, Vigo).

Os Pop Dell’Arte regressam com um espectáculo novo, “Transgressive Days”, e com o “mesmo idealismo de sempre e as tão amadas contradições destes e outros tempos”. A formação atual inclui João Peste (voz), Zé Pedro Moura (baixo), Paulo Monteiro (guitarras & samplers) e Ricardo Martins (bateria & percussões).

27 de maio – Evil Mariachi (dj set)
[ODEMIRA, QUINTAL DA MÚSICA, APÓS O CONCERTO]

“Chunga Chique Music Style” por um melómano que não é dj, mas que faz dj sets, para gente que dança sem saber bailar, vista com maus olhos por pessoas com boas intenções e absorvida avidamente por gente que vem de lá de fora cá para dentro e só sai depois de se divertir.