Verão Clássico bate recordes de participação e de concertos
Escrito por TunetRádio em 28/07/2022
O 8.º Festival Verão Clássico, que abre na segunda-feira e decorre até 13 de agosto, é a edição com a maior participação de jovens músicos – duzentos -, e de concertos, disse à agência Lusa o seu diretor, o pianista Filipe Pinto-Ribeiro.
Nesta edição, estão previstos dez concertos e “a estreia de músicos de referência mundial, como é a pianista ucraniana Milana Chernyavska e a violinista russa Svetlana Makarova, tendo programadas 600 ‘masterclasses’, aulas abertas sobre técnica e interpretação musical, orientadas por 15 músicos e professores de grande reputação internacional, oriundos de algumas das melhores orquestras e conservatórios mundiais”, disse à Lusa Pinto-Ribeiro, diretor do Festival.
É o caso do violoncelista norte-americano Gary Hoffman, do clarinetista solista da Orquestra de Paris, Pascal Moraguès, e do contrabaixista letão Gunars Upatnieks, da Orquestra Filarmónica de Berlim, acrescentou o responsável.
Para esta edição “foram selecionados 200 jovens músicos, portugueses e estrangeiros”, oriundos de três dezenas de países: Alemanha, Áustria, Arménia, Bélgica, Canadá, China, Coreia do Sul, Croácia, Dinamarca, Espanha, França, Geórgia, Hungria, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, Lituânia, Macedónia do Norte, Países Baixos, Reino Unido, República Checa, Roménia, Rússia, Suécia, Suíça, Ucrânia, Estados Unidos e Venezuela.
O concerto inaugural, na próxima quarta-feira, dia 03 de agosto, no Picadeiro Real de Belém, inclui obras de Ludwig van Beethoven, Giovanni Bottesini e César Franck, e a participação da sopranp Anna Samuil, solista da Ópera Estatal de Berlim, dos violinistas Pavel Vernikov e Svetlana Makarova, do violetista Miguel da Silva, do violoncelista Gary Hoffman, do contrabaixista Gunars Upatnieks e dos pianistas Konstantin Lifschitz e Filipe Pinto-Ribeiro, diretor e fundador do Festival Verão Clássico.
À Lusa, Pinto-Ribeiro destacou o concerto “Brahms Fest”, a 6 de agosto, no Picadeiro Real, com Miguel da Silva (viola d’arco), Gary Hoffman (violoncelo), Filipe Pinto-Ribeiro, a soprano Anna Samuil, a violinista Svetlana Makarova, o contrabaixista Gunars Upatnieks e o pianista Konstantin Lifschitz, dedicado ao compositor alemão Johannes Brahms (1833-1897), de quem serão interpretadas as peças Trio (opus 114), Rapsódia (opus 79), com arranjos de Božo Paradžik, e o Quarteto com Piano N.º 3 (opus 60), e ainda, de Franz Schubert (1797-1828) “Der Hirt auf dem Felsen” (“O Pastor no Rochedo”).
Pinto-Ribeiro realçou também o concerto de encerramento do Festival, no dia 13 de agosto, no Picadeiro, com interpretação de obras de Wolfgang Amadeus Mozart, Nino Rota e Antonín Dvořák, com a participação do clarinetista Pascal Moraguès, dos violinistas Stephan Picard e Philippe Graffin, do violetista Lars Anders Tomter, do violoncelista Thomas Carroll, da flautista Silvia Careddu e dos pianistas Milana Chernyavska e Filipe Pinto-Ribeiro.
Outro concerto previsto, também no Picadeiro, no dia 10 de agosto, às 21:00, “MasterFest”, apresenta um programa com obras de Joseph Haydn (1732-1809), Claude Debussy (1862-1918) e Robert Schumann (1810-1856), interpretadas pelo trio Silvia Careddu (flauta), Thomas Carroll (violoncelo) e Filipe Pinto-Ribeiro, o duo Philippe Graffin (violino) e Milana Chernyavska(piano), o trio formado por Pascal Moragues (clarinet) e Lars Andres Tomter (viola d’arco) e Filipe Pinto-Ribeiro, e o quinteto constituído por Stephan Picard e Philippe Graffin (violinos), Lars Anders Tomter (viola d’arco) Thomas Carroll (violoncelo) e Milana Chernyavska (piano).
O Festival junta, em Lisboa, nomes de referência da música erudita com jovens músicos provenientes de conservatórios de todo o mundo, que participam em mais de 500 ‘masterclasses’ programadas, e se apresentam com os mestres, em vários concertos à tarde e à noite. Este ano estão previstos dez concertos.
Filipe Pinto-Ribeiro é natural do Porto, estudou durante cinco anos com Lyudmila Roschina e tem desenvolvido uma carreira como solista, apresentando-se em várias salas europeias e norte-americanas, e com orquestras portuguesas.
Pinto-Ribeiro abrange um vasto repertorio, que se estende do Barroco até à atualidade. O pianista lidera o DSCH – Schostakovich Ensemble, que fundou em 2006. Com este ensemble, de geometria variável, realizou a primeira gravação mundial da integral da Música de Câmara para Piano e Cordas, de Dmitri Schostakovich, e os Trios Opus 11 e 38 de Beethoven.
O pianista colaborou, na área de música de câmara, entre outros, com os maestros John Nelson, Emilio Pomarico, Charles Olivieri-Munroe, Christoph Poppen, Dmitri Liss e Mikhail Agrest.
Pinto-Ribeiro partilhou palco, na música de câmara, com Gary Hoffman, Pascal Moragues, Mihaela Martin, Janne Saksala, Corey Cerovsek, Jose van Dam, Tedi Papavrami, Renaud Capucon, Adrian Brendel, Benjamin Schmid, Gerard Causse, Michel Portal, Emily Beynon, Jack Liebeck, Christian Poltera, Liza Ferschtman, Kyril Zlotnikov, Eldar Nebolsin, Ramon Ortega, Lars Anders Tomter, Anna Samuil, Viviane Hagner, Sergei Nakariakov e Frans Helmerson.
A sua mais recente gravação a solo foi o duplo CD “Piano Seasons”, com obras de Tchaikovsky, Carrapatoso, Piazzolla e Nisinman. Sob a direção de Pinto-Ribeiro, reatou-se, no ano passado, o Festival dos Capuchos, que voltou a realizar-se, este ano, naquele convento franciscano no concelho de Almada, surgindo também, depois, o Festival Bragança ClassicFest.