Faixa Atual

Título

Artista

Background

Marta Ren, NBC e Paus fecham cartaz do Rock Nordeste

Escrito por em 09/06/2022

Batida apresenta: Ikoqwe, Paus, Marta Ren, NBC e Dj Kitten encerram o cartaz da edição de 2022 do festival Rock Nordeste, em Vila Real, e juntam-se aos nomes já anunciados de Lena D’Água, Surma, Filho da Mãe, Grognation e Nuno Calado (DJ).

Depois de dois anos de interregno devido à pandemia, o festival de música de maior revelo em Trás-os-Montes e Alto Douro que tem como característica a aposta na música portuguesa atual, regressa aos relvados do Parque Corgo e ao auditório exterior do Teatro de Vila Real, para dois dias de concertos com entrada livre.

Segundo o comunicado enviado à imprensa, esta será uma edição “com um sabor especial que pretende celebrar o reencontro entre o público e a música ao vivo em ambiente de festa, num festival para toda a família”.

O festival Rock Nordeste vai para a sua sétima edição com um novo formato, e celebra 30 anos desde a sua primeiríssima edição, em 1992, na altura como concurso de bandas de garagem.

Na última edição, em 2019, passaram pelos relvados do Parque Corgo cerca de 30 mil pessoas. Meia centena de artistas já passaram pelo festival, incluindo nomes como Orelha Negra, Linda Martini, Capicua, Sean Riley & The Slowriders, Dead Combo, Manel Cruz, Conan Osíris, Bonga e Sensible Soccers.

Batida apresenta: Ikoqwe. Dois (?) seres vindos de um tempo e espaço não muito distantes, imunes a quase tudo, queimaram-se física e mentalmente ao contactar com a normalidade vigente. Desde então que estão presos entre retornar a um ponto de restauro – “Tipo quando o PC colou e pergunta se queres voltar ao último momento em que funcionou ok.”- bazar ou provocar respostas que soam utópicas. É uma performance musical encenada por Batida (Pedro Coquenão), protagonizada pelo próprio, o seu cúmplice Ikonoklasta, rapper tornado ativista icónico, Luaty Beirão.

Paus é uma banda portuguesa de rock de Lisboa, com dois bateristas, Quim e Hélio, o baixista Makoto e o tecladista e guitarrista Fábio Jevelim, com os quatro cantando, eles apelidaram os bateristas como um tambor siamês enquanto ambos os bateristas tocam virados um para o outro como eles são ladeados pelos outros músicos. Sem nada a provar e tudo a experimentar, os Paus até agora sempre foram uma banda de dizer “porque não?” 11 anos , 4 discos, 3 EPs e múltiplas tours por vários continentes, deixam os quatro de Lisboa, num sítio positivamente novo, num momento onde para cada novo desafio e oportunidade, a resposta parece ter evoluído para “YESS”. “YESS” é o disco novo que sai no ano mais prolífico do quarteto. Depois de uma visita inspiradora a São Paulo e várias experiências de colaboração e mistura, “YESS” é positivamente um disco de Paus, a banda que muda por natureza e que ao fim de 11 anos continua sem medo de arriscar, de se rir de si própria e de mudar. O disco conta com a colaboração nos arranjos para sintetizadores modulares do brasileiro Grass Mass. Este trabalho de texturas eletrônicas ajudou o som de YESS a expandir o imaginário do que pode ser um disco de PAUS – das pistas de dança de Lisboa aos escuros clubes de punk rock, das rodas de batuque das ruas de São Paulo às raves de Berlim. Os Paus cumprem 11 anos a sentir que mudar é natural e necessário. A vida vem de frente e a única resposta é “YESS”.

Marta Ren é uma das mais carismáticas vozes da nova música portuguesa, conhecida pelo seu registo vocal muitas vezes comparado ao das grandes vocalistas negras da soul e do funk.Fundadora dos Sloppy Joe, explorou territórios jamaicanos, partindo do Ska, do Reggae e do Dub para nos dar uma visão extremamente original da música, fez ainda parte dos desconcertantes Bombazines e do coletivo Movimento. Em 2016, estreou-se a solo com o disco “Stop Look Listen” com uma tour internacional de 85 concertos. Desde que Marta Ren se lançou a solo, que o groove tem sido inegociável, seja com quem for que ela se cruze no estúdio ou no palco, com uma banda, um produtor ou até mesmo uma orquestra, ou duas, dentro e fora do país, afirmando-se como uma referência global do género e a líder do seu próprio “Funk ‘n Roll”. Para além de ser dona da sua palavra, tanto no último “Worth it”, como no novo “22:22”, é reforçada a contínua necessidade de ser honesta consigo. Neste novo tema, assume um diálogo com a sua versão adolescente e com quem se relacione com o desafio de tentar escutar-se a si e aos outros. Num momento em que a palavra activista é usada como acessório de comunicação, aqui a artista assume algo essencial para mudarmos de paradigma: escutar e fazer ouvir a nossa voz, tanto quanto estendermos a mão num gesto humano de aproximação.

NBC é o nome artístico de Timóteo Santos, nascido a 17 de outubro de 1974, de origem santomense. O nome NBC foi inspirado no rei bíblico Nabucodonosor e é também sigla para Natural Black Color. É um músico português que inicia a sua carreira musical em 1994, no concurso Oeiras Rap 94, integrado no grupo Filhos D’1 Deus Menor. Rapper, ligado ao hip hop, mas que experimentou sempre alagar este universo musical, indo para outros territórios. Desde muito cedo que NBC chamou a atenção pelo modo como levava as suas rimas e batidas para territórios musicais mais próximos da funk e soul. Foi colaborando com vários músicos como Sam The Kid, Expensive Soul, Xeg, Regula, e também em projetos musicais como GNR Revistados, Bem-Vindo ao Passado ou Fados de Carlos Saura.

EPiderme é o título da estória que Timóteo de Deus Tiny nos escreveu com papel e caneta. Dentro de quatro paredes, quando ainda vivíamos o primeiro confinamento, o artista imaginou aquele que seria, provavelmente, o seu trabalho mais despido, com sentimentos muito concretos, de linguagem extremamente simples. Quis aproximar-se mais das pessoas, numa altura em que parecemos todos distantes. E foi assim mesmo que construiu o alinhamento. Sozinho, criou, produziu e tocou todos os instrumentos, de forma inédita, porque afinal “toda a gente pode ser tudo”. Deixou os samples e as rimas na prateleira e aventurou-se num blues que nos vai tocar no coração, profundamente. O EP quer mesmo mostrar esta ideia de solidão e de supressão, e de como a nossa mente pode viajar, mesmo que nunca mudemos do mesmo lugar.

João Vieira é dj, músico e produtor. Iniciou a sua carreira em Londres nos finais dos anos 90, onde trabalhou como DJ, músico e promotor de clubes. Em Portugal, editou 5 álbuns com X-Wife, banda que fundou e da qual é compositor, vocalista, guitarrista e co-produtor. Como DJ Kitten, e a partir do Porto, reescreveu a cena clubbing em Portugal nos anos 2000, com o seu inovador Club Kitten. Actuou ao lado de nomes como 2 many djs, Felix da housecat, Headman, Boys Noize, Sebastian, Rory Phillips entre outros. Em 2004 foi nomeado “dj revelação” nos dance club awards e em 2005 venceu na categoria de melhor dj electro. Actuou em todos os festivais nacionais nos ultimos 18 anos: Paredes de Coura, Alive, Rock in Rio, Primavera Sound, Sudoeste, Vilar de Mouros e foi dj residente durante 5 anos no Lux. Com o alter-ego White Haus, deu início à aventura da composição e produção electrónica. O resultado deste processo foi a edição de um ep e três álbuns.

São 5 e são provavelmente e segundo muitos o melhor grupo de hip hop do momento. Com o seu primeiro longa duração editado em 2017 mas já com 2 EPs e muitas faixas marcantes os Grognation, têm subido a pulso, tornando-se indispensáveis no panorama do rap português. “Nada É Por Acaso”, primeiro álbum do grupo, conta com várias participações de nomes grandes como Sam The Kid, DJ Ride, Lhast, Cálculo, Fabrice e é considerado dentro da crítica e do mundo do hip hop como um dos álbuns de 2017. O coletivo apresentou ao vivo, com dois concertos, o novo EP “Anatomia de GROG”, produzido na íntegra por Sam The Kid. Sobem ao Palco Parque do Rock Nordeste no dia 24 de junho.

O regresso de Filho da Mãe é uma conquista. Primeiro, para ele próprio, o Rui; depois, para nós todos, que o esperávamos há demasiado tempo. Atravessando da pior maneira uma pandemia transformada em túnel sem saída aparente, a luz que foi cintilando no seu fim nem sempre correspondeu à realidade, acabando por se misturar com várias ficções, adicionando tormentos, dúvidas e incertezas. A certa altura, foi justamente esta falta de noção do que é ou não real que acabou por servir de inspiração, uma incerteza que se multiplicou na hipótese bem credível de vários discos editados, entre o anjo acústico e o demónio eléctrico, entre rascunhos no Alentejo e mais rascunhos em Lisboa, feita de palavras com duplo sentido dedilhadas durante horas sem fim. Inevitavelmente, a espera tornou-se numa obrigação, como uma peregrinação necessária. “Terra Dormente” foi gravado ao longo de dois anos entre Lisboa (Music Box e Fabrica de Pão – CTL) e Ílhavo (Capela da Biblioteca Municipal de Ílhavo e Fábrica das Ideias na Gafanha da Nazaré – 23 milhas) e chega a vez de ser apresentado no Palco Parque do Rock Nordeste no dia 25 de junho.

Reconhecendo este extraordinário regresso Lena d’Água venceu os Prémios Play (Prémios da Música Portuguesa) na categoria de Melhor Artista Feminina e Prémio da crítica. A atribuição destes prémios é o justo reconhecimento por parte da indústria da música em Portugal, pelo regresso triunfante de uma das mais icónicas e reconhecidas artistas nacionais. Trinta anos depois do seu último álbum de originais em nome próprio, Lena d’Água regressou aos discos de originais, em 2019 com “Desalmadamente”. Todas as letras e músicas são da autoria de Pedro da Silva Martins (Deolinda, Ana Moura, António Zambujo, Cristina Branco, Sérgio Godinho), com arranjos de João Correia, António Vasconcelos Dias, Sérgio Nascimento, Mariana Ricardo, Francisca Cortesão e Benjamim, com a produção destes quatro últimos. Em 2017, a cantora chegou à final do Festival da Canção com um tema da autoria de Pedro da Silva Martins. “Desalmadamente” marca o regresso de uma das mais celebradas e icónicas cantoras portuguesas dos anos 1980, Lena d’Água está finalmente de volta e em grande para o concerco no auditório exterior do Teatro Municipal de Vila Real, no dia 25 de junho.

O universo de Surma explora ambientes sonoros e fronteiras entre gêneros musicais. O seu disco de estreia “Antwerpen” recebeu as melhores críticas de meios como Expresso, Público ou Blitz, sendo, de forma quase unânime, considerado pela imprensa nacional, um dos melhores discos nacionais de 2017. O single “Hemma” também foi nomeado para melhor canção nos prémios SPA Authors 2017. Nos anos seguintes, apresentou-se mais de 250 vezes em quinze países, um pouco por todo o mundo. 2022 é o ano de lançamento para o segundo longa duração de Surma e nesta edição do Festival Nordeste apresenta-se em palco num formato de trio, acompanhada por João Hasselberg e Pedro Melo Alves, onde apresentam uma reinterpretação do seu reportório e começam a apontar novos caminhos para os próximos lançamentos. Juntos dão uma nova roupagem a músicas do seu disco de estreia e ainda trazem algumas novidades.

Nuno Calado é um dos fundadores da Antena3, autor do programa Indiegente e ex-colaborador da SIC Radical. Promete fazer dançar o público do Palco Parque no dia 25 de junho.