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Trienal de Arquitetura prepara livro para crianças cegas

Escrito por em 10/05/2022

A Trienal de Arquitetura está a finalizar um livro para crianças, a editar no verão, com ilustrações em relevo e texto em braille, a pensar nos leitores cegos ou com baixa visão, anunciou hoje a organização.

“Uma casa é uma montanha é um chapéu” é um projeto do serviço educativo da Trienal de Arquitetura, está a ser preparado há dois anos e está em fase final de produção, tendo sido lançado um pedido de ‘crowdfunding’ na Internet, para angariação de 4.500 euros até ao próximo dia 30.

“É um livro para ver, mas também para ler e sentir de maneiras diferentes – como a Arquitetura – e queremos que esteja à mão de todas elas, na escola, na biblioteca ou numa livraria”, afirma a Trienal de Arquitetura, na página oficial.

“Uma casa é uma montanha é um chapéu” tem textos de Filipa Tomaz e Letícia do Carmo, ilustrações de Yara Kono, concepção tátil de Fátima Alves e consultoria de Sara Amado, sendo direcionado para crianças entre os 06 e os 10 anos, a fase em que estão “em início das aprendizagens da leitura, da comunicação visual e do estudo sistemático do meio físico e cultural”.

A produção do livro surge como uma resposta a uma escassez de obras literárias inclusivas para os mais novos, neste caso, para crianças cegas ou com baixa visão, sobre Arquitetura.

“Descobrimos álbuns engraçados que mostram a Arquitetura de formas variadas. Constatámos que, no território nacional, a oferta de livros apelativos para crianças cegas ou com baixa visão é muito escassa e quase nunca se encontra numa livraria”, reconhecem as autoras.

O livro é apresentado como uma “ferramenta para a sensibilização em família ou ambiente escolar” e um apoio “na aprendizagem da leitura de imagens táteis para a formação de uma cultura visual para crianças cegas”, explica a Trienal de Arquitetura.

Na página de angariação de fundos, a Trienal de Arquitetura adianta que a produção deste livro contou com apoio financeiro da Direção-Geral das Artes, mas que se revelou “insuficiente para ser possível praticar preços acessíveis para o público e oferta de exemplares a instituições e escolas de referência no domínio da visão”.

Os custos de produção de 1.500 exemplares de “Uma casa é uma montanha é um chapéu”, desde o início da investigação à produção gráfica, está calculado em 54.840,45 euros. De acordo com a Trienal, se conseguirem angariar os 4.500 euros em ‘crowdfunding’ e se não “houver atrasos no fornecimento de papel”, o lançamento de “Uma casa é uma montanha é um chapéu” acontecerá em junho ou julho.

A Trienal de Arquitetura de Lisboa é uma organização sem fins lucrativos “cuja missão é investigar, dinamizar e promover o pensamento e a prática da arquitetura”. A cada três anos organiza “um grande fórum de debate, reflexão e divulgação” sobre Arquitetura, sendo este ano dedicada ao tema da “Terra”, com curadoria dos arquitetos Cristina Veríssimo e Diogo Burnay.