Porto de Mós inaugura Central das Artes
Escrito por TunetRádio em 09/05/2022
A Central das Artes, um novo espaço cultural criado a partir da antiga Central Termoelétrica de Porto de Mós, no distrito de Leiria, abre portas ao público a 25 de junho, anunciou hoje o presidente da Câmara, Jorge Vala.
Construída nos anos 30 do século XX, a Central Termoelétrica levou eletricidade pela primeira vez ao concelho, mas também difundiu cultura: tinha uma sala de cinema, na qual o eletricista-chefe exibia filmes.
Criada para servir a Empresa Mineira do Lena, a central a carvão esteve sem atividade durante décadas. Obras de requalificação que decorreram desde 2016 recuperaram o edifício, que será destinado a atividades culturais, abrindo portas ao público em 25 de junho, no dia de abertura das festividades de Porto de Mós, as Festas de S. Pedro, avançou hoje Jorge Vala, presidente daquela câmara do distrito de Leiria.
A intervenção custou quase três milhões de euros, com comparticipação europeia de cerca de 80%, avançou o autarca, que antecipou a Central das Artes como “um polo de dinamização e atração muito importante” para Porto de Mós.
O novo espaço apenas estará a funcionar a 100% “no final de 2023”, explicou Jorge Vala, que pretende instalar na Central das Artes “tudo o que tem a ver com o ‘back office’ da Câmara, como a digitalização do arquivo municipal ou a modernização administrativa”.
“Mas este é um espaço de cultura”, vincou o presidente da autarquia, que pretende mudar para a Central das Artes toda a atividade cultural relacionada com o município. A partir do novo espaço, “todo o espólio e património do município” será trabalhado “de uma forma diferente”, “mais próxima da população”, estando em preparação um programa de exposições itinerantes “para irem a todas as freguesias do concelho”. Ao mesmo tempo, pela Central das Artes vão passar “grandes exposições [produzidas] em conjunto com várias entidades”.
“Passaremos a ter um espaço que será ao mesmo tempo conservador e disruptivo. Queremos que este espaço tenha o que é o nosso património cultural, mas também outro tipo de exposições contemporâneas. É um fator que certamente colocará Porto de Mós no mapa”, sublinhou Jorge Vala.
Na abertura, em 25 de junho, a Central das Artes receberá a cerimónia dos Prémios D. Fuas, destinados ao setor empresarial, e uma exposição conjunta: pintura de Marta de Castro e escultura de Luís Amado, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, que é natural de Porto de Mós. O novo espaço cultural recebe a primeira exposição conjunta do casal.
Apesar de reconhecer a importância da requalificação da antiga Central Termoelétrica, o presidente da Câmara – eleito pelo PSD – defende que a obra não era prioritária. “Não podemos avançar para obras desta dimensão sem pensar em abastecer o resto do concelho com água ou avançar mais no saneamento básico. A opção do outro executivo [do PS] foi avançar com esta obra. Fizeram uma candidatura, iniciaram as obras e eu tenho muito respeito pelo dinheiro público e, portanto, não iria abandonar a obra”, notou.
Por isso, o investimento necessário para a Central das Artes funcionar em pleno será feito “com muita calma”, o mesmo se passando com a remodelação de outro espaço cultural da vila que necessita de intervenção, o Cine-Teatro.
“Temos um estudo feito que prevê a ampliação significativa, de 230 para 350 lugares. É um investimento de dois milhões de euros. Mas estamos a fazer um financiamento para saneamento básico [no concelho] e esta é que é a nossa prioridade”, concluiu.