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Festa da francofonia com música, literatura e receitas

Escrito por em 15/03/2021

A Festa da Francofonia 2021 arranca hoje e estende-se até ao final de abril, totalmente ‘online’, com uma programação que passa por concertos, partilha de receitas, maratonas de leitura, viagens virtuais, entrevistas e arte urbana.

A Festa da Francofonia pretende celebrar a diversidade das culturas francófonas e a língua francesa no mundo, através da participação dos países que partilham a língua e que são membros da Organização Internacional da Francofonia (OIF).

Este ano, em Portugal, a festa conta com a participação de 11 países da OIF, de três continentes, que ao longo dos meses de março e abril vão oferecer uma programação cultural, que ficará, pelo menos grande parte, disponível ‘online’ de forma permanente, anunciaram hoje os organizadores, em conferência de imprensa.

Os países participantes este ano são Andorra, Egito, Bélgica, Canadá, Costa do Marfim, França, Luxemburgo, Marrocos, Roménia, Suíça e Tunísia, e a programação, que tem como objetivo levar a francofonia até ao público português, vai assentar em três eixos principais: o mural da francofonia; a francofonia nos media; a programação online.

Para dar uma “visibilidade mais tangível” à festa, os 11 países uniram-se na criação de uma obra de arte urbana em Lisboa, para a qual convidaram o artista luso-francês Styler, para pintar um mural numa parede na freguesia da Ajuda.

Segundo os organizadores, este é um “projeto inédito” na história da Festa da Francofonia, em que será possível acompanhar através das redes sociais (Facebook e Instagram), ao longo de uma semana, o ‘making-of’, mas também ver fotos, vídeos e entrevistas com o artista plástico.

Ainda no âmbito das exposições, em que se insere a pintura do mural, estarão disponíveis uma exposição de fotografias do marroquino Mohamed Amin Touhe, que ficou preso em Lisboa com a família quando as fronteiras fecharam, e que soube captar com a máquina o “estado de medo coletivo” perante o “inimigo desconhecido” covid-19; uma exposição de tapetes berberes; bem como um documentário de Andorra, que cruza a cozinha e a escultura.

Outro eixo da programação centra-se na presença da francofonia nos media e contará, em maio, com entrevistas à escritora franco-marroquina Leila Slimani (autora de “No jardim do ogre” e “Canção doce”, editados pela Alfaguara), representante de França na OIF, e ao ilustrador canadiano Guy Delisle (autor das novelas gráficas “Pyongyang”, “Shenzhen” e “Crónicas da Birmânia”, editadas pela Devir), no programa Todas as Palavras, na RTP3.

No dia 20 de março, o programa “Noite Informativa”, do Porto Canal, transmitirá uma entrevista ao treinador-adjunto F.C. Porto, Siramana Dembélé. A organização destaca que, apesar de para já estarem só programadas estas três entrevistas, espera que outras possam entretanto vir a ser programadas.

O terceiro eixo base da festa é a programação ‘online’, alojada no ‘site’ www.festadafrancofonia.com, que além das exposições, já referidas anteriormente, permite assistir a eventos com data e hora definidos, como concertos, leituras para crianças ou espetáculos de dança.

Entre os músicos convidados, contam-se o grupo Labess, que mistura rumba cigana, flamenco e música tradicional norte-africana, o quarteto belga Quatuor Alfama, e Orkid, um trio de shoegazers’ de Bucareste, que define o seu estilo como sendo de “blues pós-traumático”, ou os marroquinos Marouan Benabdallah (piano), Jamal Chafai (alaúde) e Yassine El Jahd (guitarra).

A temática da gastronomia vai ser abordada através da partilha de vídeos de receitas de pratos tradicionais do Egito, de Marrocos, da Costa do Marfim, e ainda de um workshop que ensina a fazer chocolate belga.

No âmbito da literatura, a francofonia vai ser celebrada com propostas que incluem uma maratona de leitura intitulada “Paroles de Femmes”. Este projeto foi elaborado pelo Institut Français du Portugal e pela Embaixada de França em Portugal, que no âmbito do Dia internacional da Mulher, recolheram uma variedade de vozes – mulheres, homens, jovens, estudantes do ensino secundário, investigadores, professores, jornalistas, artistas, historiadores, franceses e portugueses – para lerem palavras escritas ou faladas por mulheres francófonas, desde 1791 até aos dias de hoje, de modo a expressar a sua especificidade ou para combater a desigualdade de direitos entre homens e mulheres.

Este ano, a organização do evento criou um fórum, cuja página é lançada hoje, onde as instituições ligadas à francofonia podem inscrever as suas atividades, de forma a serem divulgadas e terem maior visualização.

Segundo os organizadores, a experiência da pandemia, que obrigou a repensar a festa em moldes totalmente virtuais, teve a mais valia de permitir que chegue a todo o mundo e trouxe uma aprendizagem que fica para o futuro: mesmo quando puder voltar a ser presencial, nunca mais vai deixar de ter a vertente online.

A Festa da Francofonia 2021 é uma iniciativa de países membros da OIF com representação diplomática em Portugal e dos Institutos Culturais Francês e Romeno, com o apoio da Alliance française de Lisboa, das associações portuguesas de professores de francês e de estudos franceses, e do Liceu Francês Charles Lepierre de Lisboa.