Prémio Costa para “The Mermaid of Black Conch” de Monique Roffey
Escrito por TunetRádio em 27/01/2021
O livro “The Mermaid of Black Conch”, da escritora britânica Monique Roffey, venceu o Prémio Costa para Livro do Ano, um romance que o júri considerou “extraordinário”, “totalmente original” e um “clássico em construção”.
Monique Roffey distinguiu-se, assim, entre os vencedores de 2020 – anunciados no dia 04 de janeiro – das diversas categorias: romance, primeiro romance, biografia, poesia e livro infantil.
O anúncio foi feito na terça-feira à noite, numa cerimónia virtual de entrega de prémios organizada pela apresentadora Penny Smith.
“The Mermaid of Black Conch” (“A sereia da concha negra”, em tradução livre) conta uma história de amor passada numa pequena aldeia das Caraíbas, em 1976, entre um pescador e uma sereia centenária.
A presidente do júri, Suzannah Lipscomb, disse que o romance de Monique Roffey era “extraordinário, totalmente original, evocativo e atraente”. “Está maravilhosamente escrito, é cativante e visceral, diferente de tudo o que já lemos e leva os leitores até ao limite da sua imaginação. É um livro que sentimos como um clássico em construção de uma escritora no auge dos seus poderes”, afirmou Suzannah Lipscomb, admitindo que a escolha não foi fácil e levou aos membros do júri “três intensas horas de deliberação”.
A história inspira-se numa lenda dos Taino (um povo indígena das Caraíbas), de uma bela mulher transformada em sereia, e conta a história de amor obscura entre o pescador David e Aycayia, uma bela mulher amaldiçoada pelas esposas ciumentas e condenada a viver como sereia, que nadou no mar das Caraíbas durante séculos. “The Mermaid of Black Conch” é o sétimo livro de Monique Roffey, que arrecada um prémio monetário no valor de 30 mil libras (aproximadamente 35 mil euros).
Além deste livro, que venceu nas categorias de romance e Livro do Ano, tinham sido distinguidos anteriormente a biografia de Lee Lawrence, cuja mãe foi alvejada dentro de casa pela polícia, em Inglaterra; o livro de poesia “The Historians”, numa homenagem póstuma à poeta irlandesa Eavan Boland, que morreu em abril do ano passado; “Love After Love”, de Ingrid Persaud, premiado na categoria primeiro romance; e “Voyage of the Sparrowhawk”, de Natasha Farrant, um livro infantil que narra uma viagem épica, de perseguições policiais, tempestades no mar e cachorros inesperados.
Lançado em 1971, o Prémio Costa é um dos mais prestigiados e populares galardões literários do Reino Unido, distinguindo anualmente os melhores livros do ano, escritos por autores residentes no Reino Unido e na Irlanda. O prémio tem cinco categorias – cada uma delas é avaliada separadamente por um painel de três juízes – e, dos vencedores de cada uma das categorias, um é escolhido como Livro do Ano, este selecionado por um painel de nove membros, que inclui representantes dos painéis originais.
No ano passado, o Prémio Livro do Ano foi para “O voluntário”, de Jack Fairweather, a biografia de Witold Pilecki, herói da resistência polaca, na Segunda Guerra Mundial, que se infiltrou em Auschwitz. O prémio melhor romance distinguiu “O Coração de Inglaterra”, de Jonathan Coe, o primeiro romance galardoado foi “The confessions of Frannie Langton”, de Sara Collins, o melhor livro de poesia foi “Flèche”, de Mary Jean Chan, e, na área infantil, o livro distinguido foi “Asha & the Spirit Bird”, de Jasbinder Bilan.