Movimento defende pagamento de atividades canceladas
Escrito por TunetRádio em 01/04/2020
Atores, produtores e outros profissionais do setor artístico apelaram à concretização de medidas de apoio face à “profunda dificuldade” que o setor atravessa devido à suspensão da atividade decorrente da epidemia de covid-19.
Em comunicado, trabalhadores do setor artístico que se mobilizaram num movimento intitulado “Artesjuntxs” apelam ao bom senso e justiça nas medidas aplicadas e nas já enunciadas pelo Governo e alertam para o impacto que esta crise terá a longo prazo no setor.
Por isso, apelam para que sejam postas em prática medidas de emergência excecionais no setor artístico. O movimento integra vários artistas e outros movimentos, como o Artistas 100%, o Podemos estar juntos e o Produtores das Artes do Espetáculo.
Em declarações a Cláudia Páscoa da agência de notícias Lusa, Catarina Requeijo, dos Artistas 100%, disse que o objetivo inicial é divulgar o movimento na comunicação social, conhecer a realidade com que cada artista ou produtor se está a confrontar, e depois enviar cartas aos organismos que tivessem contratos com artistas e/ou produtores que tiveram de ser cancelados devido à covid-19.
Para a encenadora, é fundamental que todos os que viram as suas produções canceladas sejam ressarcidos, até porque, mesmo que esses espetáculos venham a ser reagendados, poderão colidir com agendamentos anteriores ao surto do novo coronavírus.
Além de Catarina Requeijo, integram também o movimento Artistas 100% o músico Simão Costa e a bailarina Marta Cerqueira. “Os planos de contingência acionados devido ao avanço do novo coronavírus por todo o mundo exigem a implementação de medidas de emergência excecionais, tão excecionais como o tempo em que vivemos”, sustentam, alegando que pretendem “sensibilizar os responsáveis pelas entidades públicas e privadas” do ramo das artes “para a implementação de medidas de emergência neste quadro”.
O movimento apela, por isso, que o cancelamento de atividades artísticas fique sujeito ao pagamento dos valores acordados previamente, no mínimo, assegurando as despesas confirmadas e o pagamento às equipas, sem contrapartidas adicionais.
Em caso de reagendamento das atividades, estas devem ser objeto de nova negociação, defendem. “Pedimos que as soluções apresentadas estejam alinhadas com as posições políticas e decisões orçamentais anunciados e concretizados pelo Governo de Portugal, através do Ministério da Cultura, da Direção-Geral das Artes (DGArtes) e dos Teatros Nacionais”, acrescentam.